Muricy completa um ano no Santos e rebate fama de ranzinza

Há exatamente um ano, o técnico Muricy Ramalho chegava ao Santos. Contratado em meio a uma situação turbulenta da equipe na Copa Libertadores da América do ano passado, o treinador colocou o Peixe no caminho certo e conquistou o título não só da competição internacional como do Paulistão do ano passado. Este ponto, aliás, foi bastante destacado por Muricy, ao analisar os 12 meses completos de seu trabalho na Vila Belmiro.

"Acho que para acrescentar algo em um time grande, como o Santos, só existe uma receita: ganhar títulos. E eu ganhei. O resto é muito da conversa de dizer que fez alguma coisa. Não é o meu estilo. Nos lugares em que eu vou comprovo a minha eficiência com títulos", afirmou Muricy.

Porém, a trajetória do comandante no clube também teve seus percalços. O maior deles foi a derrota para o Barcelona (Espanha), na final do Mundial de Clubes da Fifa, no Japão, no final do ano passado.

Sobre esse revés, o próprio Muricy Ramalho já admitiu que a sua equipe esteve abaixo do normal naquela decisão. Por isso, o objetivo neste ano, que marca o centenário santista, é faturar novamente a Libertadores para voltar mais fortalecido ao Mundial, outra vez no Japão.

Em relação ao seu contato com os jogadores e a imprensa, o técnico acredita que o convívio tem sido o melhor possível durante esse período. Entretanto, contrariado com uma questão sobre a sua fama de "mal humorado", Muricy Ramalho mostrou o velho estilo que o caracteriza, sempre presente em suas entrevistas coletivas.

"No nosso país confundem ¿ranzinza¿ com uma pessoa que leva as coisas a sério. Muitos de vocês (jornalistas) gostam de cara que vem aqui contar piada. Comigo é diferente. No meu trabalho, eu sou sério. Agora, se você for em um churrasco na minha casa, vai ver que eu não sou ranzinza", destacou.

Mesmo negando que seja "ranzinza", Muricy reconheceu que o ambiente no elenco alvinegro tem colaborado para a paz que encontra atualmente, dirigindo o Santos. "Todo lugar que eu vou, me dou super bem com os atletas. No São Paulo e no Internacional, onde fiquei mais tempo, se eu fosse desse jeito (ranzinza), ninguém iria aguentar. O ambiente ficaria insuportável. Aqui no Santos me dou muito bem com todo mundo. Os jogadores têm uma cabeça boa. Estou me sentindo bem aqui. Eles são divertidos e, com certeza, me deixam mais relaxados", concluiu.