O ex-governador da Paraíba Ronaldo Cunha Lima morreu na manhã de hoje em sua casa, em João Pessoa, aos 76 anos.
Cunha Lima foi diagnosticado com um câncer de pulmão há 7 meses. Com o agravamento da sua doença, uma UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) foi montada em sua casa, para que ele passasse mais tempo com seus familiares.
Na quinta-feira (5), o ex-governador precisou ser sedado e entrou em coma induzido. Seu quadro era considerado irreversível pelos médicos.
Será velado até o fim da tarde no Palácio da Redenção, sede do governo da Paraíba. Em seguida, será levado a Campina Grande, onde estão previstas homenagens com concentração no Parque do Povo, construção que virou marca de sua administração da cidade que foi o berço de sua carreira política.
O enterro está previsto para as 16h deste domingo (8), no Cemitério Monte Santo, em Campina Grande.
Com o agravamento da doença do pai, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-SP) se afastou de suas atividades no Congresso e viajou para João Pessoa.
Em seu twitter, o parlamentar comentou a morte do ex-governador, e agradeceu o apoio e solidariedade de todos. "Os Poetas não morrem! O Poeta Ronaldo Cunha Lima, após uma vida digna, descansou."
Ronaldo Cunha Lima ficou conhecido nacionalmente em 1993 por atirar contra seu adversário político o ex-governador Tarcísio Buriti (PFL) que, em entrevista a um jornal local, acusou Cássio Cunha Lima de irregularidades na Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste), autarquia que comandava na época. Ele chegou a ser preso.
Buriti sobreviveu ao atentado e morreu em 2003, vítima de problemas cardíacos.
Em 2007, Ronaldo renunciou ao mandato de deputado federal para evitar uma possível condenação pelo STF (Supremo Tribunal Federal). O caso foi remetido à Justiça comum. Relator do processo no STF, o ministro Joaquim Barbosa considerou a manobra um "escárnio".
Ronaldo Cunha Lima foi vereador, prefeito, governador, deputado estadual, deputado federal e senador. "Recebeu todos os diplomas que do TRE [Tribunal Regional Eleitoral] pode dar. Só não tinha o diploma de presidente", disse Cássio, um dos quatro filhos de Ronaldo.
Entrou na política em 1960, pelo PTB. Com o bipartidarismo, filiou-se ao MDB e depois migrou para o PMDB e, por fim, para o PSDB.
Em 1969, durante a ditadura militar (1964-1985), teve os direitos políticos suspensos. O mandato de prefeito de Campina Grande (132 km de João Pessoa) foi cassado.
"Deixa a honradez sobretudo. Demonstrou que é possível fazer política com decência e dignidade. Fez política como sacerdócio e não como negócio", disse Cássio.
Gostava de ser chamado de poeta e escreveu vários livros. Entre suas criações, escreveu o conhecido poema Habeas Pinho. Ouça a bela composição:
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