O corpo do cantor cantor, compositor e sanfoneiro Dominguinhos, 72, foi enterrado em Paulista, no Grande Recife sob uma chuva de pétalas de rosas, parte de um grande show de despedida que começou já no velório.
O sepultamento teve direito até mesmo a honrarias militares.
O artista pernambucano morreu na terça-feira, em São Paulo, em consequência de um câncer de pulmão, contra o qual lutava há seis anos.
Vários amigos que foram à Assembleia Legislativa de Pernambuco, onde o corpo foi velado, empunharam sanfonas e cantaram clássicos como "De Volta Pro Aconchego" e "Eu Só Quero um Xodó".
O caixão com o corpo de Dominguinhos deixou o velório pouco depois das 17h e seguiu um trajeto de cerca de uma hora em cima de um caminhão do Corpo de Bombeiros. Dois sanfoneiros acompanharam o artista em cima do veículo.
Motoqueiros seguiram o cortejo buzinando. No caminho, pessoas nas calçadas e janelas aplaudiam, filmavam e fotografavam.
Ao chegar no cemitério, o corpo do artista foi recebido por centenas de fãs que cantavam suas músicas.
Um conjunto de cerca de dez sanfoneiros executou a trilha sonora de toda a cerimônia, que durou cerca de uma hora.
Emocionados, participaram da última homenagem cantores como Geraldo Azevedo, Elba Ramalho, Alcimar Monteiro, Cezzinha, Cristina Amaral, Nando Cordel, Genival Lacerda e Israel Filho.
O músico Camarão, 73, chorou abraçado à sanfona.
"Não tem palavras para traduzir o quanto ele é amado pelo povo", disse Elba.
Até o padre que celebrou a cerimônia durante o velório se rendeu às homenagens e cantou "Ave Maria Sertaneja", de Luiz Gonzaga.
Centenas de fãs chegaram ainda de madrugada e puderam acompanhar o velório durante sete horas.
Enquanto a fila seguia, o público fotografava e exibia discos de Dominguinhos. Os fãs paravam apenas para acompanhar o coral que cantava as músicas que imortalizaram o sanfoneiro.
Dominguinhos deixou dois filhos --Mauro Moraes, 53, filho do primeiro casamento, e Liv Moraes, filha do último.