Blog do Marcial Lima - Voz e Vez: Mais um estudante da UFMA se acorrenta em protesto

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Mais um estudante da UFMA se acorrenta em protesto

Rômulo Ricardo Silva Santos, de 23 anos, é o terceiro estudante do movimento da greve de fome em prol da construção de uma Casa do Estudante, localizada dentro do Campus do Bacanga. De acordo com os acadêmicos, existem mais 85 estudantes dispostos a participar da greve de fome, estabelecida como forma de protesto do movimento.

Rômulo começou a participar da greve logo após o aluno do curso de Turismo, Daniel Fernandes Ribeiro, ser levado pela ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) sentindo fortes dores na cabeça ao Hospital Dutra, no Centro. No Dutra, o universitário Josemiro de Oliveira está internado desde o dia 30 de novembro. Ele foi o primeiro aluno a fazer greve de fome.

Hoje, a manifestação está no décimo dia e uma das últimas propostas feitas pelo reitor Natalino Salgado é que ocorra a construção de uma nova “Residência Universitária” daqui a 90 dias. Proposta esta recusada pelo alunado, pois, segundo Rômulo Silva, esse tipo de projeto não pode ser concretizado e os universitários vão ficar prejudicados e desejam de fato o prédio que está em fase de acabamento na universidade. Caso não seja atendido o pedido dos alunos, Rômulo continuará sem comer qualquer tipo de alimento, apenas vai tomar líquido.

Os pais do estudante do 6º período de Ciências da Computação da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Rômulo Ricardo Silva Santos, de 23 anos, que moram na cidade de Codó, não aceitam a atitude do filho de ser um dos personagens da greve de fome em prol de uma “Casa do Estudante”, localizada dentro do Campus do Bacanga. 

Seis perguntas para Rômulo

Quais foram as causas que levaram a aderir a greve de fome?
Primeiramente devido à quantidade de vagas ofertadas pela universidade na casa do estudante, pois, é muito pouca, no momento, um total de 84. Isso não consegue atender toda a demanda que chega do interior e muitos alunos acabam abandonando o curso. Eu não desisti do meu curso, logo no primeiro período, porque fui morar na casa de parentes, no bairro da Alemanha. Somente, no terceiro período que consegui uma vaga na casa, da Rua da Paz, no Centro.

Quando foi a sua última alimentação?
Apenas almocei por volta das 13h na terça-feira, na universidade, e foi um frango com arroz. Vou continuar tomando apenas água até o reitor vim conversar com os manifestantes no campus e ainda aceitar a nossa sugestão. No caso, liberar o prédio que está sendo acabado para moradia dos estudantes.

Você não tem medo das conseqüências para sua saúde?
O meu desejo é maior do que o meu medo, pois, queremos um prédio para morar decente dentro da UFMA e perto do restaurante onde comemos, da biblioteca e da nossa sala de aula. Caso, eu venha precisar de cuidados médicos, irei também a uma casa de saúde, mas, com certeza outros estudantes ocuparão o meu lugar.

Qual avaliação que faz da participação dos estudantes?
Tanto os estudantes como ainda alguns professores estão tendo uma boa participação e concedendo uma grande assistência. Trazendo água e muitos promovendo rondas de discussão e até mesmo de leituras.

O que os manifestantes acharam da proposta do reitor?
Não aceitamos de forma alguma. Queremos o prédio em que ele pretende instalar um centro multidisciplinar que vai oferecer aos alunos atendimento médico, odontológico, psicológico, social e pedagógico, pois, todos esses serviços podem ser encontrados em outros prédios. Mas, a nossa casa ainda não tem dentro da universidade. O reitor precisa se sensibilizar e entrega de fato o prédio que foi construído para o estudante morar.

Qual o cenário das três casas de estudante da universidade?
Lotação. Esta palavra é a verdadeira descrição do local. Apenas, na minha moram mais de 30 pessoas sem nenhuma infraestrutura.

Moradia
A UFMA tem três casas estudantis (uma feminina e duas masculinas) localizadas no Centro Histórico de São Luís e, que receberam nos últimos anos investimentos de mais de R$ 500 mil com adaptações e melhorias tais como, a recuperação da infraestrutura de todas elas com acesso para a internet, salas de estudo e cozinhas coletivas. Neste momento, a UFMA está em negociação com o Ipham para aquisição de um novo prédio no Centro Histórico que possa atender um quantitativo bem maior de estudantes e não somente os atuais 80 alunos que habitam as casas.

Com reportagem de Ismael Araújo, de O Imparcial.