Uma dupla de universitários criou um grupo no Facebook para seguir a tendência nacional - das menos prestigiadas. Amanhã, a partir das 16h, está marcado o "Rolezinho no Shopping da Ilha", até agora com mais de 2 mil convidados.
Header da página do grupo criado para o "Rolezinho no Shopping da Ilha" |
A diferença do movimento local se dá pelas motivações da ação. O grupo apresenta na sua introdução, um texto o justificando como um movimento engajado, em busca de contestar as desigualdades da sociedade consumista. Diz lá:
"Em sp, jovens negros marcaram"rolezinhos" em grupos em shoppings da capital e foram constrangidos e presos pela polícia. na mesma sequência jovens brancos e ricos que passaram para a USP marcaram rolezinhos nos mesmos lugares e nada aconteceu. Esse é mais um caso do racismo escancarado no nosso país. Em são luís, capital de um dos estados com maior população negra do brasil vivenciamos a concretização do racismo todos os dias.
Em resposta ao Estado e às empresas que nos negam áreas de lazer, poluem nossas praias e sequer nos permitem frequentar esses espaços que dizem ser de diversão. Pelo direito de ir e vir, que não pode ser apenas reconhecido a alguns!
Bastas de Racismo do Estado e da polícia, dos ricos. Não nos calaremos!"
Os outros "rolezinhos" que estão tomando conta da repercussão nacional midiática - deixando em segundo plano até a crise no sistema penitenciário do Maranhão - já causam a preocupação da presidente Dilma, segundo a Folha de S. Paulo.
O começo desses "passeios" indesejados pelos donos de lojas, se deu pela inciativa de jovens da periferia de São Paulo em se aglomerar em grupos para invadir os shoppings. Pelo menos com a presença.
Os trajes que eles utilizaram para os encontros são completamente informais, assim como o comportamento espontâneo demonstrado nas músicas que alguns entoaram, além da postura incomum ao ambiente sempre formal dos shoppings das metrópoles.
A Polícia Militar de São Paulo já declarou publicamente que, se for preciso, usará da força para conter esses levantes dentro dos shoppings centers.
No começo, brincadeira. Ou justificativa para saques. Agora, um brado de protesto contra o racismo e a desigualdade. Vamos esperar para ver a cara de quem queria se engajar apenas com as compras.
No começo, brincadeira. Ou justificativa para saques. Agora, um brado de protesto contra o racismo e a desigualdade. Vamos esperar para ver a cara de quem queria se engajar apenas com as compras.
Por Danilo Quixaba
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