Blog do Marcial Lima - Voz e Vez: Comentário polêmico de Rachel Sheherazade é de responsabilidade dela, diz SBT

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Comentário polêmico de Rachel Sheherazade é de responsabilidade dela, diz SBT


Rachel Sheherazade
Foto: Reprodução SBT

No "SBT Brasil" desta quinta-feira, a âncora Rachel Sheherazade tentou explicar seu comentário sobre o adolescente que foi espancado e preso nu pelo pescoço a um poste com uma trava de bicicleta por três homens no Rio. Ela vem sofrendo críticas pesadas nas redes sociais. Na edição do telejornal desta noite, a emissora reforçou também que a opinião emitida é da jornalista, e não do SBT.

O comenário que gerou tanta repercussão era o seguinte: “O marginalzinho amarrado ao poste era tão inocente que, ao invés de prestar queixa contra seus agressores, preferiu fugir antes que ele mesmo acabasse preso. É que a ficha do sujeito está mais suja do que pau de galinheiro”, disse a jornalista sobre o jovem, acusado de praticar roubos e furtos no Flamento e que foi libertado depois que uma moradora chamou os bombeiros.

No "SBT Brasil" desta quinta, foi apresentada uma reportagem sobre a atuação de justiceiros e, em seguida, Joseval Peixoto, que divide a bancada com Rachel, comentou a repercussão dos comentários da colega. Depois disso, perguntou: "Você é uma mulher cristã, tem filho, você é dura. Você é a favor da violência?". Rachel responde: "Não sou a favor da violência, estou do lado do bem, sou uma ferrenha crítica da violência. Defendo as pessoas de bem que foram abandonadas à própria sorte porque não há polícia e segurança pública. Não defendi a atitude do justiceiro, defendi o direito da população de se defender quando o Estado é omisso. Todo cidadão tem o direito de prender um meliante. Não se pode confundir um direito com a bárbarie. Não defendo a violência, defendo a paz e a segurança". 

Em seguida, Joseval destacou que a opinião dos âncoras é só deles, e não é "a opinião da casa, esta é feita por meio de editorial". 

Mais cedo, a polêmica delcaração repercutiu entre políticos. Para o líder do PSol na Câmara dos Deputados, Ivan Valente (SP), o SBT e a jornalista fizeram apologia ao crime em horário nobre. “Esta espécie de facismo televisivo que prolifera pelas TVs precisa de um freio que passa pela democratização da mídia e pelo controle social”, criticou Ivan no Twitter. “A mesma jornalista Rachel que apoia o linchamento de jovem negro e pobre, defende as estripulias do astro (Justin) Bieber, como coisa de adolescente”, continuou.

A opinião de Rachel desagradou a muita gente no Twitter e no Facebook. Há quem defenda um boicote ao SBT e a exclusão de amigos que compartilhem o vídeo com a opinião da jornalista.

Já em seu microblog, Rachel recebeu apoio de alguns seguidores. “Não entendi todo esse estardalhaço em relação à opinião da @rachelsherazade, não vi apologia. Aliás, a reação, é ou não é compreensível?”, defendeu um seguidor. “Na minha opinião racismo seria blindar um bandido de críticas pela cor de sua pele”, opinou outro.

Segundo nota, o SBT informa que a opinião dada no telejornal é de total responsabilidade da jornalista e comentarista do “SBT Brasil”, Rachel Sheherazade. Como acontece em outros veículos de comunicação a emissora respeita a liberdade de expressão de seus comentaristas, porém ressalta que a opinião é da mesma e não do SBT.

O Sindicato dos Jornalistas do Rio manifestou-se contra “a grave violação de direitos humanos e ao Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros” representada pelas declarações da âncora. Segundo um comunicado, o desrespeito aos direitos humanos tem sido prática recorrente da comunicadora.

Relembre a declaração de Rachel Sheherazade na íntegra:

“O marginalzinho amarrado ao poste era tão inocente que, ao invés de prestar queixa contra seus agressores, preferiu fugir antes que ele mesmo acabasse preso. É que a ficha do sujeito está mais suja do que pau de galinheiro.

No país que ostenta incríveis 26 assassinatos a cada 100 mil habitantes, que arquiva mais de 80% de inquéritos de homicídio e sofre de violência endêmica, a atitude dos vingadores é até compreensível. O Estado é omisso, a polícia é desmoralizada, a Justiça é falha. O que resta ao cidadão de bem que, ainda por cima, foi desarmado? Se defender, é claro.

O contra-ataque aos bandidos é o que chamo de legítima defesa coletiva de uma sociedade sem Estado contra um estado de violência sem limite. E, aos defensores dos Direitos Humanos, que se apiedaram do marginalzinho preso ao poste, eu lanço uma campanha: faça um favor ao Brasil, adote um bandido”.

De O Globo

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