Blog do Marcial Lima - Voz e Vez: Usuários interditam mais uma vez Beira-Mar em protesto por ônibus

terça-feira, 25 de março de 2014

Usuários interditam mais uma vez Beira-Mar em protesto por ônibus


Usuários do transporte coletivo - especialmente das linhas que passam pelos bairros Residencial Paraíso (área Itaqui/Bacanga) e Cidade Olímpica - interditaram, no início da noite de ontem, os dois sentidos da Avenida Beira-Mar, em São Luís, em frente ao Terminal de Integração da Praia Grande. Segundo os organizadores da manifestação, o protesto foi motivado pela baixa demanda de coletivos para atender os passageiros. O protesto ocorreu três dias após manifestação, registrada na sexta-feira, dia 21, que bloqueou por mais de cinco horas a Avenida Beira-Mar, no mesmo local. Até o fechamento desta edição (às 20h30), a Avenida Beira-Mar permanecia fechada no trecho.

Antes da interdição da Avenida Beira-Mar, usuários fecharam os acessos à parte interna do Terminal da Praia Grande. Alguns ônibus tiveram de dar ré e seguir pela avenida. Por volta das 18h30 de ontem, usuários das linhas prejudicadas pela falta de coletivos saíram do terminal, com galhos de árvores e pedaços de madeira nas mãos e interditaram a via. Eles exigiam a presença de um representante da Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) no local.

"Queremos a presença do secretário da SMTT, Carlos Rogério, aqui conosco. Não sairemos daqui sem falar com alguém da SMTT", disse o técnico em Manutenção, Janilson Lima de Souza e morador do Residencial Paraíso (área Itaqui-Bacanga). A interdição interrompeu o trânsito no trecho e causou um longo engarrafamento, que durou uma hora e se estendia até as pontes José Sarney (São Francisco) e Bandeira Tribuzi.

Alguns usuários que estavam no interior do veículo decidiram seguir até o Anel Viário a pé. "Isso é um absurdo. A gente trabalha o dia todo, quer chegar em casa e não consegue", disse um usuário da linha Vila Itamar, que não quis se identificar. Às 19h45, agentes de trânsito da SMTT organizaram um desvio (que começava na Rua José Sarney e seguia pela Rua do Egito e pela Avenida Magalhães de Almeida) para facilitar o fluxo de veículos.

A auxiliar de serviços gerais Maria Lúcia Madeira, de 42 anos, moradora do Residencial Paraíso, disse que acorda todos os dias às 5h40, para poder se deslocar ao serviço. "Tenho de chegar ao meu local de trabalho às 8h e, em alguns dias, ainda chego atrasada, mesmo acordando tão cedo. Isso precisa ter fim. Os usuários de ônibus de São Luís não aguentam mais", afirmou.

Negociação - Por volta das 19h45 de ontem, o consultor da SMTT, Manoel Cruz, chegou ao local para negociar com os manifestantes. "Viemos aqui, em nome do titular Carlos Rogério, para ouvir as solicitações e chegar a um consenso o mais rápido possível", disse. O técnico em informática Muller Silva Nogueira, de 26 anos, representou os manifestantes no diálogo com o membro da SMTT. "Estamos aqui, pois queremos não somente uma solução para um dia, para resolver e depois as autoridades ficarem de braços cruzados. Queremos uma solução em longo prazo, definitiva e eficaz", disse.

Durante a negociação, o clima, por alguns instantes, ficou tenso. A Polícia Militar (1º Batalhão e Companhia de Policiamento do Turismo), que esteve no local para garantir a ordem, com pouco mais de 20 homens, precisou intervir. Alguns manifestantes, com palavras de ordem, ameaçavam encerrar o diálogo. "Isso aqui não é conversa. Por isso que nada muda neste país", disse um manifestante, que não quis se identificar. "Queremos garantir a ordem e a conversa pacífica", afirmou o tenente Carvalho, da CPTur. Depois de meia hora, a SMTT garantiu a disponibilização imediata de ônibus extras aos usuários que ainda permaneciam no Terminal da Praia Grande aguardando por um coletivo.

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