Blog do Marcial Lima - Voz e Vez: Enfermeira vai enfrentar júri popular pela morte de advogado em Imperatriz

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Enfermeira vai enfrentar júri popular pela morte de advogado em Imperatriz

A 2ª Vara Criminal da comarca de Imperatriz marcou para o dia 3 de junho, às 8h, a sessão do júri popular que vai julgar a enfermeira Irani Vieira Ferreira da Rocha pela acusação de ser mandante do assassinato de seu marido, o advogado Valdecy Ferreira da Rocha. Nesse crime, ocorrido em 2005, corre processo em separado no qual também foi acusado como mandante o advogado Alexandre Moura Lima Neto.

O autor do assassinato, o ex-policial militar do Maranhão Gilvan Pereira Varão, foi julgado e condenado em 2008 a 18 anos de reclusão e já estava em regime semiaberto quando voltou a ser preso, desta vez em São Luís, sob a acusação de repassar dinheiro falso.

A publicação do edital com a pauta do julgamento se deu após uma intensa batalha judicial em que a ré recorreu da sentença de pronúncia ao tribunal do júri em todas as instâncias até chegar ao Supremo Tribunal de Fustiça (STF). Com isso, não cabe mais recurso ao julgamento.

De acordo com os autos, Irani Viera estava em processo de separação litigiosa quando teria mandado matar Valdecy Rocha.

O crime ocorreu às 17h do dia 30 de novembro de 2005 na rua Rui Barbosa, em frente à Prefeitura de Imperatriz, no momento em que a vítima estava entrando em seu carro e foi atacada com uma gravata e em seguida um tiro de revólver na nuca que foi fatal.

Na denúncia oferecida pelo Ministério Público, na época do crime, consta que o assassinato foi executado por um homem que estava na garupa de uma motocicleta Titan de cor preta, identificado e qualificado como Gilvan Pereira Varão. O condutor da moto, que deu o apoio, não foi identificado.

Preso com armas em Itinga (PA), suspeito de participar de uma quadrilha que planejava assaltar um banco, o ex-cabo da PM Gilvan Varão acabou identificado pelas investigações como autor do assassinato do advogado, pelo qual foi julgado pelo tribunal do júri nos dias 4 e 5 de março de 2008 e condenado a 18 anos.

Prisão - Irani Rocha ainda chegou a ser presa em 2007, por determinação da Justiça, mas acabou por ganhar a liberdade dias depois graças a um habeas corpus expedido pelo Tribunal de Justiça do Maranhão.

Desde então ela passou a responder pelo crime em liberdade e se for condenada ainda poderá ter o benefício de recorrer da sentença em liberdade, conforme reconheceu o sobrinho da vítima Genner Marinho. Se condenada, a ré recorrerá em liberdade porque respondeu o processo em liberdade.

"Durante quase nove anos, a família do advogado entendeu que cabia à Justiça a decisão final sobre o caso e ela com os recursos que lhe cabiam usou de todas as artimanhas que a Justiça permitia e finalmente agora foi determinado o júri dela. Agora a população é que vai julgar se ela é ou não a culpada do crime", disse Genner Marinho, acrescentando que a família de Valdecy Rocha está convicta da participação de Irani no crime. Ele disse, no entanto, que espera que, no caso de condenação, o juiz presidente do júri determine a prisão dela por considerar que haveria risco para as testemunhas.

"Depois de nove anos do crime, esse julgamento representa para a família da vítima a certeza de que a Justiça tarda, mas não falha e que nós temos que acreditar na Justiça", reconheceu Genner Marinho, que é professor de História. Antes do crime, Genner estava fazendo o curso de Direito e chegou a ser incentivado pelo tio a seguir nessa profissão, mas, com o crime, acabou trancando o curso para dedicar-se ao caso do assassinato. Somente a partir de agora, com o julgamento de Irani, ele disse que vai retomar o curso. Procurada pela TV Mirante, ontem, Irani Rocha não quis falar sobre o assunto.

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