Blog do Marcial Lima - Voz e Vez: Rodoviários farão assembleia para decidir paralisação

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Rodoviários farão assembleia para decidir paralisação

A próxima semana será decisiva para os trabalhadores do sistema de transporte público de São Luís, que votam, na quarta-feira, dia 16, se realizam ou não uma paralisação de advertência, desta vez por causa das negociações sobre reajuste salarial e benefícios. De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Público do Maranhão (Sttrema), Gilson Coimbra, a última reunião realizada com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís (SET) terminou sem acordo.

Os rodoviários querem 16% de aumento salarial, reajuste de R$ 135,00 no valor do tíquete-alimentação, que hoje é de R$ 365,00. O empresários, contudo, afirmaram que não podem conceder nenhum tipo de reajuste, por causa das condições financeiras das empresas. "Diante do panorama de séria crise econômico-financeira do setor, informou o sindicato patronal que não se viam vislumbradas condições de avanço nas negociações, uma vez que as empresas de transporte estavam com dificuldades em arcar com as atuais obrigações, não comportando, presentemente, com quaisquer acréscimos de encargos ou de ônus de quaisquer espécies", afirma um documento emitido pelo SET aos rodoviários durante a reunião, que foi realizada na terça-feira, dia 8.

Diante disso, o sindicato convocou uma assembleia geral para o dia 16, em dois horários, às 9h e 15h. Nesse dia, toda a situação será exposta aos associados, que decidem se param já durante o feriado da Semana Santa. "Os empresários não têm mais como conversar conosco, eles acham que todas as negociações com a gente pararam. Se não tiver intervenção da Prefeitura, vai ficar difícil. Por isso, vamos convidar toda a categoria para a assembleia e eles vão decidir se devem parar ou fazer outro tipo de manifestação", afirmou o presidente

Empresários - Além de não conceder o reajuste, o presidente do Sttrema, Gilson Coimbra afirmou que o SET pretende cobrar parte do valor que hoje é pago em planos de saúde aos rodoviários, com isso, os trabalhadores teriam de arcar com pelo menos 50% do valor do plano.

Os empresários também querem controlar o acesso dos rodoviários no transporte público. Hoje, nenhum trabalhador paga para andar em ônibus na cidade, com a nova medida, as viagens ficam restritas a apenas quatro por dia. "Nós não temos outra arma. Não podemos ir conversar, por que eles não nos ouvem. Então o único jeito é parar e ir para rua", finalizou Coimbra.

Para o SET a defasagem na tarifa de transporte de 42,99% é um dos fatores que prejudica o sistema. Contudo, segundo o sindicato, ainda é temerário adiantar que pode haver aumento na tarifa de ônibus. "A definição do aumento na tarifa dos transportes de passageiros é uma deliberação do Poder Executivo Municipal, ou seja, da Prefeitura de São Luís, pois o sindicato patronal não tem interferência nesse ponto. Porém, alternativas existem para que a tarifa não aumente e outras capitais já as estão utilizando. Entre elas estão o subsídio, o combate à gratuidade de pessoas que não são detentoras dos cartões de transporte, o recadastramento de estudantes e várias outras opções que podem fazer com que o sistema se recupere sem a necessidade de passar por aumento de tarifa", alertou Luís Cláudio Siqueira.

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