Blog do Marcial Lima - Voz e Vez: Coluna Extragado - Igrejas inclusivas

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Coluna Extragado - Igrejas inclusivas

por Danilo Quixaba


O blog reproduz a coluna Extragado, publicada dominicalmente no irreverente Jornal Extra.

Coluna Extragado - 24

Os valores morais se desenvolvem com o tempo de acordo com as vergonhas na cara que as sociedades vão tomando. Antes, negro era preto (continua pro IBGE), judeu era sinônimo de infeliz e coronéis eram tidos como exemplos de honestidade (mas nunca foram). O que era curioso, estupendo ou absurdo, hoje é um fato qualquer, seja de esculhambação ou encantamento. A qualiragem implica nas pessoas do momento atual do país um incômodo desnecessário, tornando a opção individual e anal uma coisa da conta de todo mundo. Daqui algum momento, provavelmente as variedades de formação familiar, organizações e personalidades assumidamente gays passarão a serem mais aceitáveis, sem que isso seja uma característica que mereça chamar atenção. Cada século teve suas vítima. O passado, XX, foi da libertação feminina. Talvez estes próximos cem anos sejam do asseguramento dos direitos homoafetivos. Certas igrejas, principalmente as evangélicas e neopetencostais, ao invés de realizarem suas obrigações e apagarem o fogo da intolerância, cultivam ranço e antipatia. Ignorando que cornos, sapatões, veados, indecisos, bezouros, demagogos e camuflados também podem ser devotos, oferecerem dízimo e até votar em qualquer sacana que os maus intencionados queiram eleger para bancadas da moda do congresso. Este é o editorial da coluna Extragado, em sua edição VINTE E QUATRO.

Igrejas que incluem todo babado
São Luís possui duas inclusivas, que aceitam e são compostas em maioria absoluta por homossexuais: gays, lésbicas, travestis e transsexuais (as operadas). Surgiram da Comunidade Nova Esperança, extinta há alguns anos, funcionando por um período no bairro do Monte Castelo. Duas denominações independentes surgiram a partir daí...

Saindo do armário para Nova Vida
Igreja Nova Vida: aceitando tudo o que as pentecostais escorraçam
A primeira foi a Igreja Inclusiva Nova Vida. Dois pastores a fundaram no Centro, próximo ao antigo Plantão Central, com aplicação de um segmento religioso mais liberal. Possui cerca de vinte fiéis e sete anos de funcionamento. Organiza semanalmente reuniões com psicólogos, médicos e profissionais que instruem sobre DST’s, por exemplo. Também faz jantares e os cultos são realizados às quartas e sextas, com os mesmos ritos de uma igreja protestante convencional. Os cânticos são músicas gospeis, da mesma forma que todas as outras. Advogados, publicitários e curiosos fazem parte dos eventos espirituais. Porém, parte dos fiéis ainda não tem coragem de pôr a cara à tapa por causa do preconceito. Inclusive alguns funcionários públicos.

Chamados da Última Hora para o fim dos encubados
Mais tarde, há quatro anos, surge no Cohatrac, de orientação conservadora e inclusiva, a igreja Chamados da Última Hora. Possui aproximadamente 120 membros, dentre eles pastores gays e membros homossexuais de vários gêneros. Proíbe consumo de bebidas alcóolicas, mas compreende toda forma sexual, porém, com moderada liberdade. Nada de poligamia ou surubões. Pela união estável inclusive, realizam intercâmbios com pastores inclusivos de outros estados, como nesta semana, onde um pastor gay da igreja Atos de Brasília se fez presente para conhecer a instituição religiosa, que também é independente. Estão expandindo seus templos para a cidade Imperatriz e mais alguns bairros periféricos de São Luís. Nem Malafaia, nem Jean Willys. Apenas um colorido não tão intenso. Só que com muita fé.

Uma frase apenas, do nada
Gente ruim é como comida podre. É terrível, mas, pra alguns, não faz mal.

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