Blog do Marcial Lima - Voz e Vez: "O Rádio faz história": Luiz Gonzaga derrotou preconceitos para brilhar

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

"O Rádio faz história": Luiz Gonzaga derrotou preconceitos para brilhar

Escrito por todas vozes.. Segundo o crítico Ricardo Cravo Albin, Luiz Gonzaga não era “só o melhor entre todos os cantores de alma sertaneja, mas também o mais importante cantor-músico-compositor que o Nordeste já produziu”. “Gênio”, que Cravo Albin compara a Ary Barroso, Pixinguinha, Tom Jobim ou Chico Buarque.

Não foi fácil a vida de Luiz Gonzaga do Nascimento até ser aceito pelo público e pela crítica. O músico nasceu no dia 13 de dezembro de 1912, na cidade de Exu, Pernambuco. Para sobreviver, passava o chapéu para arrecadar uns trocados nos bares da zona do baixo meretrício depois de tocar as músicas sertanejas que aprendeu com os amigos do Exército.

Em 1940, no Rio de Janeiro, procurou uma oportunidade nos programas de calouros. Na primeira vez, foi reprovado no ‘Calouros em Desfile’, de Ary Barroso, na Rádio Tupi, e no programa ‘Papel Carbono’, de Renato Murce, na Rádio Clube.luiz-gonzaga-radio-historia

Luiz Gonzaga, em 1953 (Imagem: Luiz Fernando Reis - Arquivo Público do Estado de São Paulo/CC BY 2.0/Flickr)Gonzaga se inspirou no gaúcho Pedro Raimundo, um sujeito alegre, que se apresentava como sulista no rádio. Decidiu imitá-lo, na Rádio Nacional.  Apresentou a novidade, foi aceito, mas o figurino do Nordeste foi rejeitado. O diretor Floriano Faissal disse que ali não era “casa de cangaceiro”. O artista teria que vestir um summer, traje formal que não tinha nada a ver com a sua música. Aos poucos, porém, os dirigentes e apresentadores das emissoras se acostumaram com o traje e com o fato de Luiz Gonzaga ter abandonado as valsas, os tangos e os foxtrotes, que apresentava anteriormente. Seu jeito de cantar foi aceito aos poucos, com muita luta para vencer os preconceitos.

Em 1943, Luiz Gonzaga assinou o primeiro contrato para atuar fora do Rio de Janeiro, fazendo uma temporada no Cassino Ahu, em Curitiba. Começou a ser chamado de “o maior acordeonista do Brasil”. Nesse ano também ganhou o apelido “Maior Sanfoneiro Nordestino”, dado pelo então jovem radialista César de Alencar.

Luiz Gonzaga se consagrou como um dos mais talentosos intérpretes da música popular brasileira. Ele morreu no dia 2 de agosto de 1989, no Recife, aos 76 anos.

Com colaboração da professora de PUC-RJ e jornalista Rose Esquenazi, o quadro ‘O rádio faz história’ do programa ‘Todas as Vozes’ de segunda-feira, 17, faz um resumo da carreira profissional do Rei do Baião. Ouça também trechos dos sucessos “Asa Branca”, “Xamego”, “Baião”, “O xote das meninas” e “O xamego da Guiomar”.

O áudio completo do quadro ‘O rádio faz história’ está disponível na íntegra no site de rádios da EBC.

(*) O programa ‘Todas as Vozes’ vai ao ar de segunda a sexta-feira, de 7h05 às 10h, na Rádio MEC AM do Rio de Janeiro - 800 kHz -, com apresentação do jornalista e radialista Marco Aurélio Carvalho.

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