Coluna Extragado

Por Danilo Quixaba

Pátria emagrecedora

Depois que a presidenta Dilma anunciou que uma prioridade absoluta do país seria a luta contra os buchudos da nação, o ministro do esporte George Hilton (PRB) se encarregou de repassar tal iniciativa irrelevante para a reunião realizada em São Luís no Palácio dos Leões na última sexta (06), na presença do prefeito de São Luís, além do governador Flávio Dino, que ficou de bochecha rosada de tantas bajulações que recebeu dos visitantes. A tocha olímpica (motivo da reunião) veio, e sua utilidade deve ter se perdido no caminho. Em meio a discursos prolixos e broxantes, conversas de comadre ocorreram sem que nada produtivo fosse explanado em uma plateia repleta de deputados federais, estaduais e gestores de municípios do interior, que faziam volume no auditório por causa de outro evento de entrega de ambulâncias. Muita gente, por causa desta manobra para aumentar o público, ficou em pé, momento este que serviu para testar a educação de muitas excelências com as senhoras idosas que ficaram sem lugar para sentar. Mas valeu o discurso psicodélico do governador do Maranhão que, antes de chegar a falar do revezamento da tocha, citou o teórico marxista Friedrich Engels e sapecou histórias até do antigo testamento da Bíblia. Com a eloquência de sempre, arrancou aplausos e cochilos dos seus próprios pares políticos.

Saiu da toca

Mesmo acanhado, o deputado Fernando Furtado (PC do B) estava presente na reunião. Saiu da toca. Deixou o trauma da homofobia indígena de lado para colocar o característico chapéu e seu o bigode de serra-pau (aquele inseto da natureza) para passearem. Outro sumido que esquentava a bancada da reunião era o deputado federal Kléber Verde (PRB).

Lágrimas dignas

Clóvis Amorim é pescador e líder comunitário da Vila Cajueiro. Em um protesto na BR-135 abortado pela polícia antes de acontecer, ao falar com a reportagem (nós), chorou ao descrever o drama ambiental passado pelas bandas da zona rural de São Luís. A água utilizada para a agricultura e consumo das famílias está contaminada com chumbo e outros metais químicos pesados. Pessoas já morreram de câncer por conta dessa interferência das fábricas de cimento e exportadoras de minério. Segundo relatórios emitidos – obrigatoriamente – pelas empresas da região do Itaqui, existe, comprovadamente, contaminação grave nos lençóis freáticos daquela região. Que podem, inclusive, afetar a qualidade dos refrigerantes e cervejas produzidos no Distrito Industrial. Os níveis de poluição, de acordo com núcleos de pesquisa da UFMA, ultrapassam os recordistas de envenenamento do ar do sudeste do Brasil. Há acusações também, por parte da Comissão Pastoral da Terra, que a Secretaria de Meio Ambiente do Estado teria fechado os olhos para estas agressões e negligenciado atendimento para as famílias que teriam sido coagidas (por pessoas misteriosas) a saírem de suas casas, que foram legitimamente estabelecidas pelo governo do Maranhão em 1998. Uma situação pavorosa que, em pouco tempo, pode ter repercussão internacional.

Desfibrilada

A Rádio Educadora vai passar por algumas balançadas. Precisava mesmo. Ela, e todo o rádio do Maranhão. A primeira acontecerá amanhã (9), com a estreia do apresentador Sérgio Murilo no programa Roda Viva, a partir das 8h da manhã. Deve levar aquelas suas molecagens comunicacionais para o formato sempre sisudo do programa que já teve a condução de Roberto Fernandes, Silvan Alves, Jota Kerly, Adilson Carlos, Henrique Pereira e do finado Tony Castro. Outras estreias estão também previstas para a emissora do clero católico.

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