Coluna Extragado

Por Danilo Quixaba

O exercício permanente do ceticismo

O Brasil está em crise. Ok. Não precisamos repetir. Logo, quando algum investimento “milagroso” vem em um país quase-falido (como disse esta semana o deputado federal Pedro Fernandes), é bom desconfiar. E analisar os fatos. 

Um novo porto na baía de São Marcos traria para o Maranhão um considerável avanço na logística portuária - que serve muito para exportar aquilo que deveria ser bem consumido por nós mesmos. Também geraria um punhado de empregos para a peãozada dessas escolinhas de operários. Porém, estupra uma importante comunidade de moradores bicentenária e amparada pelo estado por lei: a da Vila Cajueiro, e agride de maneira boçal o ecossistema - e a praia - ali existente. As lideranças por lá se muniram juridicamente, e o processo contra a administradora portuária WPR está tramitando no Ministério Público Federal. 

Essa empresa (que tem se mostrado absolutamente pernóstica) comprou ilegalmente vários terrenos da região do Cajueiro, porém, nenhum destes tem acesso ao mar. E o que tem, ainda não foi vendido, pois é pertencente ao líder comunitário Clóvis Amorim, pescador e ativista ambiental. Ou seja, o ministro Helder Barbalho arrotou pro mundo todo um investimento que pode nem acontecer. Pelo menos, que não está absolutamente amarrado. 

Praia de Paranauaçu, na Vila Cajueiro: Veja enquanto existe

Além de tudo, de acordo com estudos de impactos ambientais realizados pelas próprias empresas que atuam na região do Itaqui, a sua instalação é altamente prejudicial para o abastecimento de água de São Luís (sabe-se lá como) e também a região não possui a profundidade marítima necessária, demandando uma escavação que interviria em uma série de questões problemáticas. Para todos os efeitos, como profetas do apocalipse, jogamos na sua fuça duas possibilidades: ou perderemos uma grande riqueza natural e cultural do Maranhão em frente ao mar… ou nos frustaremos mais uma vez com uma grande obra que nunca virá.

Crua e cara

Para os apreciadores da comida japonesa, São Luís do Maranhão parece uma eterna estagiária em termos de qualidade de serviço e preços. A última “prensa” que  o Procon deu no “Zuky”, lá no bairro do Parque Shalon, mostrou que até a validade das “tainhas” cruas estava ocultada. Vale lembrar que o mesmo peixe que desce macio, é o que sai rasgando pelas tripas. Não confunda salmão com salmonela, restaurantes.

Linguiça sortida

Ainda em São Luís, no Turu, na avenida São Luís Rei de França, a “comedoria” Pac Lanches inovou: na linguiça de uma cliente, colocou o pedaço de panela na linguiça caseira que apresenta no seu cachorro quente. Ao escutar a reclamação, a gerência foi ainda assim sovina: da conta toda, só descontou a parte da linguiça com recheio de chumbo. E o quebra-pau ainda se estendeu ao Instagram da lanchonete. Para comer naquele lugar, só mesmo o finado Barão da Ivar Saldanha, que colocou uma dentadura de ouro maciço quando ganhou na loteria.

Nice, me dá?

A ex-deputada Nice Lobão, esposa do Lobãozão e mãe do filho da matilha, tem um canal de TV aberta em São Luís chamado “TV Atenas”, que opera no canal 34, em sinal analógico. Nunca serviu pra nada. Exibia até tempos atrás um slide fixo e só. Empoeirada, a sua estrutura funciona no mesmo prédio do grupo Difusora, em uma sala escondida. Nice, já que não usa, por que não me dá pra realizar meu sonho de dar um programa de auditório para a Sirlan Sousa e um talk show de prostitutas pro Zoom Zoom Noturno?

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