Durante uma coletiva de imprensa, realizada na sede da Secretaria de Segurança Pública (SSP), as autoridades que coordenaram a operação informaram que as prisões resultaram de medidas judiciais de investigações da Polícia Civil e pelo Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) que apontaram os crimes de superfaturamento, fraudes em licitações, desvios de verbas públicas e improbidade administrativa de 2013 a 2016.
Segundo o delegado da Superintendência Estadual de Combate à Corrupção (Seccor), Ricardo Moura, as investigações tiveram como base informações de servidores públicos de Cachoeira Grande, que foram encaminhadas à Promotoria de Justiça da cidade de Morros para serem apuradas. Após apuração do fato, a Polícia Civil descobriu que o esquema era bem organizado com a existência de um livro de controle dos desvios.
Ainda de acordo com o delegado, foram constatados dois contratos com indícios de superfaturamento. O primeiro era firmado com a empresa Habitat, responsável em administrar condomínios. O livro-caixa da empresa contém inúmeros pagamentos de ‘honorários’ à Prefeitura de Cachoeira Grande. Mas, de acordo com fontes fidedignas, esses repasses revelam um esquema fraudulento entre a empresa e o município. Os valores generosos variam entre R$ 45 mil e R$ 120 mil.
A empresa Habitat ganhou um contrato fora dos padrões em 2012 para prestar serviços de limpeza interna e externa nos prédios públicos municipais, pelo prazo de 12 meses. No entanto, nunca realizou uma limpeza nos locais. Pela prestação de serviço, a empresa ganhou a absurda quantia de R$ 3.119.189,04. No ano seguinte, a prefeitura assinou um termo aditivo com a empresa.
Em outra transação, as investigações descobriram um contrato com uma empresa de locação de maquinário, porém as maquinas alugadas pertenciam ao sobrinho do ex-prefeito, que se encontra foragido e que recebia cerca de R$27 mil por mês.
Estiveram presentes na coletiva o delegado-geral da Polícia Civil, Lawrence Melo, o superintendente estadual de Combate à Corrupção, Roberto Fortes, o promotor de Justiça do Gaeco, Marcos Aurélio Rodrigues, e da promotora de Justiça de Morros, Érica Éllen Beckman. A promotora disse que, atualmente, existem vários inquéritos que apuram irregularidades na administração na cidade de Cachoeira Grande na gestão do ex-prefeito Francivaldo.
Para o delegado-geral, os avanços contra esse tipo de modalidade criminosa seguem passo a passo no Maranhão. “Vamos atacar o corruptor, porque só existe o corrupto, se houver o corruptor. São criminosos que, por vantagens pessoais, comprometem a prestação de serviço para todos, seja na qualidade da saúde, educação, infraestrutura e segurança da população”, finalizou Lawrence Melo.
O ex-prefeito e o filho dele foram encaminhados ao Centro de Triagem de Pedrinhas, onde devem permanecer presos aguardado um parecer da Justiça. As investigações devem continuar visando localizar e prender os demais integrantes da associação criminosa, entre eles, o contador do ex parlamentar, Pedro Silva dos Santos.
(Informações da SSP-MA)
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