Blog do Marcial Lima - Voz e Vez: Ouro de Ofir: PF procura autores de falsa reportagem

sábado, 25 de novembro de 2017

Ouro de Ofir: PF procura autores de falsa reportagem

A Polícia Federal instaurou inquérito policial para investigar a autoria de uma foto atribuinda à instituição uma falsa confissão de que teria errado ao desencadear a Operação Ouro de Ofir e prender seu principal alvo. A foto falsificada de um popular no sítio de notícias do MS na internet, com elevada visibilidade, estampando a inverídica declaração da PF, circulou em redes sociais que reúnem investidores, alvos de estelionatários, das fraudulentas operações financeiras combatidas na operação. A direção da empresa que edita o sítio verdadeiro enviou declaração oficial ao superintendente da PF no MS, negando a autoria da matéria jornalística.

A falsa foto não mostra texto de qualquer reportagem, apenas o título, sugerindo que o conhecido sítio de notícias teria veiculado a informação. A imagem permitiu que os estelionatários mantivessem seus golpes pela internet e amealhassem outras vítimas, com propostas de elevadíssimo retorno financeiro resultante de investimentos irrisórios e histórias fantasiosas.

O comunicado oficial do gerente de Jornalismo da empresa que edita o sítio esclarece se trata na verdade de Fake News e que nenhuma reportagem com esse conteúdo foi realizada por seus profissionais.

Esta informação enviada à PF será anexada ao inquérito como prova, assim como a foto da falsa reportagem e áudios de diversos grupos de vítimas (investidores) em algumas redes sociais, nas quais os fraudadores disseminam a informação de que a PF estaria servindo a interesses outros que não à impessoal persecução penal, cometendo, em tese, crimes contra a União no bojo dos crimes de estelionato e contra o sistema financeiro investigados na Operação Ouro de Ofir.

Tais áudios têm como objetivo criar confusão nas vítimas para que não denunciem e busquem a responsabilização dos autores dos crimes e, em alguns casos, aportem mais recursos para enriquecimento dos criminosos, como restou provado pelas buscas e apreensões realizadas esta semana pela PF e Receita Federal. As pessoas que criaram os áudios e as que estão repassando para terceiros, com o objetivo de prejudicar as investigações, poderão ser responsabilizados criminalmente.

A Operação Ouro de Ofir

Permanecem presos três líderes da organização, que foram objeto de prisões temporárias (cinco dias, renováveis por mais cinco). Outro alvo da operação continua em local desconhecido e incerto, sendo considerado foragido da Justiça.

A investigação visa desarticular organização criminosa que atua na forma de uma verdadeira Instituição Financeira clandestina perpetrando golpes para manter e induzir pessoas a investir quantias em dinheiro, com o escopo de obter lucros financeiros exorbitantes.

Os integrantes do grupo alegam a existência de uma suposta mina de ouro, que foi explorada há muito tempo e cujos valores oriundos das comissões para a revenda estariam sendo repatriados e cedidos, vendidos ou até mesmo doados a terceiros, mediante pagamentos. Existe, inclusive, a esdrúxula figura de contrato de doação mediante pagamento. Outra modalidade de engodo é a promessa de liberação de uma antiga Letra do Tesouro Nacional (LTN).

Estima-se que milhares de indivíduos tenham sido induzidos a investir em um projeto, cujos contratos não possuem lastro ou objeto jurídico plausível (os nomes eram Operação SAP e Aumetal). Os investidores são induzidos a depositar quantias para ter uma lucratividade de mais de 1.000% (algo desproporcional e insustentável financeiramente). Também eram falsificados documentos de instituições públicas federais na tentativa de oferecer credibilidade ao que era repassado às vítimas.

(Informações da PF)

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