Blog do Marcial Lima - Voz e Vez: Donos de bancas de revista da Deodoro amargam prejuízos em locais onde foram deixados pela prefeitura

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Donos de bancas de revista da Deodoro amargam prejuízos em locais onde foram deixados pela prefeitura

Tremendo desrespeito é o que a Prefeitura de São Luís está tendo com os proprietários de bancas de revista da Praça Deodoro, Centro da cidade, removidos, recentemente, por causa da reforma executada pelo Iphan.

O problema é que esse pessoal que dali tirava seu sustento foi deslocado para a Rua do Outeiro e jogado pela prefeitura em cima da calçada na lateral do Iema, antigo Colégio Marista. Além de se tratar de um local deserto, a falta de uma estrutura decente, falta de segurança e, principalmente, a falta de clientes tem tirado o sossego desses trabalhadores que, agora, estão contabilizando somente prejuízos.

“Desde que viemos pra cá, eu ainda não vendi nada porque não tem movimento. Quem passa por aqui não tem a intenção de comprar nossos produtos.  Então, só temos prejuízos e, aqui, não temos nem segurança, estamos abandonados”, lamenta-se uma vendedora.

“A nossa situação financeira não está das melhores. A gente tem um custo diário, a gente tem funcionários a ser pagos, conta de energia, tem os boletos que não pararam de chegar e, até agora, não vimos nada do que nos foi prometido pela prefeitura pra nossa vinda pra cá”, afirma Rômulo, outro prejudicado.

De acordo com o proprietário, para convencê-los a ficar no local, sem grandes questionamentos, a prefeitura prometeu até alteração no trânsito, o que traria movimento para os negócios, porém a promessa não foi cumprida. “Eles nos prometeram que haveria a mudança de tráfego dos ônibus, que iriam estar descendo aqui no sentido contrário do que é hoje, só que, até agora, não houve essa mudança. Até agora, a gente ainda não viu essa solução”, revela.

Para se ter uma ideia do absurdo, essa rua que serve de estacionamento para carros, com a chegada das bancas, a calçada ficou muito estreita, atrapalhando a passagem dos pedestres, que são agora obrigados a se roçar nos veículos estacionados ou mesmo cair num bueiro aberto em cima da calçada, que sequer foi corrigido pela prefeitura para adequar as bancas. Além dos prejuízos, os microempresários ainda se veem obrigados a fazer o tapa-buraco, que seria obrigação do município.

“Tinha um buraco aqui em frente onde eles colocaram a minha banca, e eu tive que pagar para arrumarem porque a prefeitura deveria ter entregue com as devidas condições, mas só fizeram a limpeza e não arrumaram a estrutura. Em relação ao espaço, é muito estreito, é limitado também, a gente, às vezes, até atrapalha os outros trabalhadores, os próprios vigias de carros e a passagem dos pedestres também”, relata Rômulo.

O pior é que como a obra da Praça Deodoro não tem prazo para ser entregue, esses profissionais também não sabem até quando enfrentarão o problema e quem vai pagar esses prejuízos.

“Não se sabe quando vão entregar essa obra. Uns dizem que daqui a três meses, outros que é quatro meses, cinco meses. Não temos uma data certa. Agora, a nossa preocupação é que a gente tá aqui somente com prejuízos e não sabemos quem vai nos ajudar. A prefeitura? O Iphan, já que ele é que é o órgão principal que faz as obras? Será se eles vão nos ajudar financeiramente? Vão nos dar uma ajuda de custo? Quero deixar claro que não somos contra a reforma na praça, porém que houvesse uma logística melhor estruturada para que houvesse essa remoção com as devidas garantias e respeito a nós trabalhadores”, desabafa o dono de banca.

E essa é a triste realidade daqueles que defendiam o sustento de suas famílias vendendo revistas e jornais na Praça Deodoro, mas tiveram que sair de lá com a promessa de retornarem após a reforma que só Deus sabe quando acabará, e estão sem perspectivas. Eles cumprem com suas obrigações, mas hoje, abandonados nesse local, sentem-se ignorados, humilhados, desrespeitados pela Prefeitura de São Luís, que os obriga a permanecer num ambiente sem as mínimas condições estruturais e de segurança para o desenvolvimento de suas atividades. E pior, sendo ludibriados com promessas ilusórias advindas da gestão municipal. 

(Informações do Blog do Adilson Carlos)

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