Blog do Marcial Lima - Voz e Vez: Polícia Federal pediu prisão de Jaques Wagner, mas TRF-1 negou

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Polícia Federal pediu prisão de Jaques Wagner, mas TRF-1 negou

A Polícia Federal pediu a prisão do ex-governador da Bahia Jaques Wagner (PT), do secretário da Casa Civil do Estado, Bruno Dauster, e de um empresário. As solicitações foram negadas pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), responsável pelos mandados que deram início, nesta segunda-feira (26), à Operação Cartão Vermelho.

O superintendente da PF na Bahia, Daniel Justo Madruga, afirma que os investigadores, inicialmente, queriam a condução coercitiva dos três suspeitos. Como a medida está suspensa, desde dezembro, por decisão do ministro Gilmar Mendes do Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Federal requereu a prisão temporária.

O petista foi alvo de mandado de busca e apreensão da operação e teve sua residência e seu gabinete na Secretaria de Desenvolvimento Econômico do governo do Estado vasculhados na manhã de hoje.

A PF suspeita de que Jaques Wagner tenha levado R$ 82 milhões de valores desviados das obras do Estádio Arena Fonte Nova. O ex-governador chefiou o Estado entre 2007 e 2014.

A investigação mira irregularidades na contratação dos serviços de demolição, reconstrução e gestão do estádio da Copa 2014. A Polícia Federal identificou que "a licitação que culminou com a Parceria Público Privada nº 02/2010 foi direcionada para beneficiar o consórcio Fonte Nova Participações (FNP), formado pelas empresas Odebrecht e OAS".

"Em razão das delações da Odebrecht e de material apreendido na OAS, nós verificamos que de fato o então governador recebeu uma boa parte do valor desviado do superfaturamento para pagamento de campanha eleitoral e de propina. Havia dois intermediários, seja pela OAS seja pela Odebrecht que também foram alvo de busca nesta data. Um destes intermediários é o atual secretário da Casal Civil do governo do Estado da Bahia e outro é o empresário muito próximo do então governador e também foi alvo de busca nesta data", afirmou a delegada.

A Cartão Vermelho cumpriu sete mandados de busca e apreensão, em Salvador. A PF vasculhou o gabinete de Jaques Wagner na Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Governo do Estado, Pasta comandada pelo petista.

O chefe da Casal Civil do governo da Bahia, Bruno Dauster, também foi alvo de buscas.

Em nota, a PF informou que "dentre as irregularidades já evidenciadas no inquérito policial estão fraude a licitação, superfaturamento, desvio de verbas públicas, corrupção e lavagem de dinheiro". "A obra, segundo laudo pericial, foi superfaturada em valores que, corrigidos, podem chegar a mais de R$ 450 milhões, sendo grande parte desviado para o pagamento de propina e o financiamento de campanhas eleitorais."

Os mandados - expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região - estão sendo cumpridos em órgãos públicos, empresas e endereços residenciais dos envolvidos no esquema criminoso, e têm por objetivo possibilitar a localização e a apreensão de provas complementares dos desvios nas contratações públicas, do pagamento de propinas e da lavagem de dinheiro.

(Informações do Portal Camisa 10)

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