Blog do Marcial Lima - Voz e Vez: Major cardiologista do Hospital da PM no Rio é preso por cobrar propina

domingo, 25 de março de 2018

Major cardiologista do Hospital da PM no Rio é preso por cobrar propina

O major da Polícia Militar e cardiologista do Hospital Central da Polícia Militar (HCPM) João Alexandre Assad foi preso na manhã da última sexta-feira (23), acusado de cobrar propina de empresários para direcionar contratos de fornecimento de “stents” – tubos de metal usados para expandir artérias e normalizar o fluxo sanguíneo para o coração – para a unidade de saúde. A informação foi divulgada, na noite de ontem (24), pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ).

A prisão foi feita por agentes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MP-RJ), e da Subsecretaria de Inteligência (SSINTE), da Secretaria de Estado de Segurança (Seseg). A denúncia aponta que, em 2013, Assad cobrou R$ 2 mil por unidade de “stent” fornecido pela empresa Vide Bula. A licitação teve valor total de R$ 1,1 milhão, para a compra de 127 “stents” farmacológicos e 90 “stents” convencionais.

Assad teria recebido R$ 434 mil em propina nesse contrato e teria se oferecido para assinar um laudo em que atestaria a qualidade superior do produto da empresa, o que poderia direcionar outras licitações. Depois, disso, em meados de 2014, o major assinou tal laudo, e a Vide Bula foi contratada novamente, por adesão a uma ata de registro de preços, para fornecer 297 “stents” farmacológicos, com valor total de R$ 2,1 milhões, e pagamento de R$ 2 mil de propina por “stent” fornecido a Assad.

Segundo o MP-RJ, o major foi denunciado duas vezes pelo crime de corrupção passiva. A empresa Vide Bula já havia sido investigada pelo Gaeco por participação em um esquema de fraudes em contratos do Fundo de Saúde da Polícia Militar (Fuspom). Na ocasião, o contrato previa o fornecimento de insumos hospitalares sem a licitação devida, para hospitais da Polícia Militar.

Entre 2015 e 2017, o MP-RJ ofereceu 13 denúncias à Justiça comum e, também, à Auditoria de Justiça Militar, decorrente de investigações sobre uma organização criminosa com a participação de oficiais que se teriam instalado no Estado-Maior da Polícia Militar e nas unidades médico-hospitalares da corporação para fraudar licitações.

(Informações da Agência Brasil)

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