Blog do Marcial Lima - Voz e Vez: Polícia Federal combate crimes eleitorais no sudoeste baiano

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Polícia Federal combate crimes eleitorais no sudoeste baiano

A Polícia Federal iniciou, nesta quinta-feira (30/8), a Operação Condotieri, que visa combater crimes eleitorais cometidos em 2016 por um então candidato, eleito vereador, da cidade de Vitória da Conquista, no sudoeste baiano. Mais de 100 policiais federais cumprem 29 mandados de busca e apreensão, 23 mandados de medidas cautelares diversas da prisão e 61 mandados de intimação nos municípios baianos de Vitória da Conquista, Itabuna, Wenceslau Guimarães, Salvador e Lauro de Freitas, além do Rio de Janeiro (RJ) e Cuiabá (MT).

A operação decorre de uma investigação, iniciada em 2017, sobre o crime de corrupção eleitoral e falsidade durante a eleição de 2016, em que um vereador, então candidato, oferecia empregos no novo Presídio de Vitória da Conquista (BA), que estava prestes a ser inaugurado, em troca de apoio na campanha e de votos. A investigação desvendou ainda que a organização criminosa instalada se utilizou da estrutura de outros órgãos públicos, como o Detran e a Zona Azul, para o mesmo fim, bem como omitiu receitas e falsificou recibos entregues na prestação de contas à Justiça Eleitoral. Os investigados se serviram de, pelo menos, duas empresas de fachada para emissão de notas frias, que eram utilizadas para a prestação das contas.

A Justiça Eleitoral determinou, ainda, o bloqueio de bens e valores de integrantes da organização criminosa na ordem de, aproximadamente, R$ 420 milhões, em razão do valor potencial do desvio. Além disso, dois dos mandados cumpridos na operação são em desfavor de empresários alvos na Operação Calicute, que representou a 37ª fase da Operação Lava Jato, que, em 2016, desvendou esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa em obras do Rio de Janeiro (RJ).

Os envolvidos responderão pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção passiva, corrupção ativa, corrupção eleitoral, falsidade ideológica, patrocínio infiel e estelionato.

O nome da operação é uma alusão à obra de Nicolau Maquiavel, denominada “O Príncipe”, que trata das teorias políticas mais elaboradas pelo pensamento humano, servindo de guia para como se chegar e manter-se no poder. Os “condotieri” (mercenários), citados na obra, eram contratados pelos governantes da época com o intuito de obter conquistas territoriais na península itálica do século XVI, utilizando-se de força ilegítima e sem qualquer ética política, sob o argumento de que os fins justificam os meios.

(Informações da PF)

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