Blog do Marcial Lima - Voz e Vez: Polícia Federal prende investigados em esquema de fraudes na Caixa Econômica Federal

terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Polícia Federal prende investigados em esquema de fraudes na Caixa Econômica Federal

A Polícia Federal iniciou, na manhã desta terça-feira (17/12), a terceira fase da Operação Assucena* com o objetivo de prender integrantes de organização criminosa que seriam responsáveis por desvios de mais de 6 milhões de reais da Caixa Econômica Federal.

A 4ª Vara Federal de Roraima expediu nove mandados de prisão temporária e 17 de busca e apreensão após representação da Autoridade Policial e manifestação favorável do Ministério Público Federal. Mais de 60 policiais federais cumprem as medidas nos Estados do Ceará, Paraná e Roraima.

As primeiras fases da investigação identificaram um esquema fraudulento na concessão de créditos rurais na Caixa Econômica Federal. Utilizando laranjas, o grupo abriria contas no banco e pleitearia empréstimos rurais, os quais seriam concedidos a empresas de fachada como se fossem destinados a grandes empresas envolvidas no agronegócio.

Na relação de laranjas, constam parentes dos fraudadores, como pai, mãe, esposa, companheira, filhos e terceiras pessoas que não tinham qualquer relação com produção agrícola ou propriedades rurais.

O esquema só seria possível com o auxílio de alguns servidores da Caixa, os quais indicariam aos outros suspeitos um projetista, que consolidaria os projetos utilizando os dados dos laranjas, das empresas de fachada e de garantias inexistentes.

Com o apoio desses servidores, as concessões dos créditos rurais seriam feitas sem a fiscalização das terras e sem a verificação de cadastro dos interessados, o que permitiria, por exemplo, que um beneficiário do Bolsa-Família recebesse R$ 200.000 em empréstimos.

O Inquérito Policial aponta que esses empréstimos seriam, então, destinados a empresas envolvidas no esquema como forma de lavagem de dinheiro. Uma dessas empresas, com sede em Maringá (PR), já teria sido investigada no âmbito da Operação Zelotes, também da PF.

Os investigados poderão responder, na medida de sua participação, pelos crimes de estelionato, peculato, organização criminosa, corrupção ativa e passiva, crime contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro. Se condenados, as penas para os principais suspeitos podem ultrapassar os 30 anos de prisão.

* O nome da operação faz alusão ao nome da primeira empresa investigada no esquema.

(Informações da PF)

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