Blog do Marcial Lima - Voz e Vez: Polícia Federal investiga esquema criminoso que funcionava na Assembleia Legislativa do Acre

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Polícia Federal investiga esquema criminoso que funcionava na Assembleia Legislativa do Acre


 A Polícia Federal iniciou, na manhã desta quinta-feira (29/10), a Operação Dirty Safe, em Cruzeiro do Sul (AC), na capital Rio Branco e em Manaus (AM), visando desarticular uma suposta organização criminosa que, de forma estruturada, praticava os crimes de lavagem de dinheiro, peculato, corrupção passiva e ativa no âmbito da Assembleia Legislativa do estado do Acre.

Mais de 50 policiais federais participaram da operação, no cumprimento de 17 mandados judiciais, expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, sendo 13 de busca e apreensão, quatro de medidas cautelares substitutivas à prisão em desfavor de dois deputados estaduais e dois empresários, além de dois mandados de afastamento cautelar do cargo público, dentre eles o afastamento do atual presidente da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac). A operação visa coletar novos elementos de provas que possam corroborar, ratificar ou alterar as hipóteses criminais traçadas no decorrer da investigação.

Por meio da análise do conteúdo do cofre, foi possível identificar a atuação da suposta organização criminosa, com nítida divisão de tarefas entre seus integrantes e modo de agir sistematizado, que se utilizava da máquina pública e a interposição de pessoas para consecução de seus objetivos, incluindo a contratação de funcionários-fantasmas e do desvio de recursos públicos por intermédio de empresas privadas. Essa mesma estrutura também seria empregada na realização de atos de ocultação, dissimulação de movimentação, da origem e destino de valores, sendo chefiada, em tese, pelo atual chefe do Poder Legislativo do Acre.

 De acordo com a investigação, um assessor parlamentar efetuou dezenas de depósitos em espécie na conta de uma das empresas investigadas, em valores que ultrapassaram R$ 10 milhões, a referida pessoa jurídica apresenta entre seus sócios um parente direto do parlamentar ao qual o servidor é vinculado.

 De igual modo, um dos sócios de outra pessoa jurídica investigada, que possui diversos contratos públicos, realizou mais de 250 depósitos em espécie na conta de sua empresa, grande parte de tais operações apresentam o valor de R$ 99 mil, caracterizando, dessa forma, uma clara tentativa de se evitar que as transações fossem comunicadas à Unidade de Inteligência Financeira do Brasil (antigo Conaf).

 O total de depósitos em espécie durante o período analisado alcança o expressivo montante de, aproximadamente, R$ 30 milhões.

 A Polícia Federal continuará a investigação e apuração, na tentativa de elucidar a real amplitude da suposta organização criminosa, bem como identificar o grau de participação de cada um dos envolvidos.

* O nome da operação policial – Dirty Safe – faz alusão direta ao material apreendido no interior de cofre na casa de um dos investigados, por ocasião da Operação Acúleo em 11/9/2020.

(Informações da PF)


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