A Polícia Federal iniciou, hoje (6/7), a Operação Airline para prender investigados envolvidos em crimes de tráfico internacional de drogas praticados a partir do Aeroporto Internacional de Viracopos. Nesta data, estão sendo cumpridos 18 mandados de prisão preventiva e dois mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Federal em Campinas.
Além de 40 policiais federais, participam da operação cinco equipes do Baep e Corregedoria da Polícia Militar do Estado de São Paulo e uma equipe da Corregedoria da Polícia Civil do Estado de São Paulo, em razão de, entre os presos, haver um policial militar e um policial civil.
A investigação teve início a partir da análise de documentos e informações de inteligência policial obtidos durante a Operação Overload (iniciada em 6/10/2020) e tem por objetivo desarticular, definitivamente, a organização criminosa com a prisão dos envolvidos.
A atual fase de investigação, após conclusão de mais de 60 exames periciais, 45 relatórios de análises de informações contidas em dispositivos e documentos apreendidos, compreendendo quase 10.000 páginas de instrução, permitiu à Polícia Federal concluir pela existência de um corpo probatório robusto da prática de crimes de tráfico internacional de drogas. Na análise, inclui uso do Aeroporto Internacional de Guarulhos (suspeita-se de mais de meia tonelada de drogas remetidas para a Europa), falsificação de documentos (etiquetas de passageiros, de cargas, aquisição fraudulenta de diplomas de ensino superior), extorsão, extorsão mediante sequestro, corrupção ativa e passiva.
Esse é o terceiro desdobramento da Operação Overload. O primeiro desdobramento se deu em 3/12/2020 (Operação AKE); o segundo se deu em 10/2/2021 (Operação Lavaggio).
Da Operação Overload
Durante as investigações da Operação Overload, constatou-se a existência de uma organização criminosa voltada ao tráfico internacional de drogas operando a partir do Aeroporto Internacional de Viracopos, com empregados de empresas terceirizadas, de companhia aérea, integrantes das Forças de Segurança Pública e estrangeiros em solo europeu.
Na Operação Overload, 32 pessoas foram presas temporariamente, por 30 dias, e foram apreendidos veículos e dinheiro no valor aproximado de 3 milhões de reais. Ao término do prazo de 30 dias, o pedido de prorrogação do prazo da prisão temporária apresentado pela Polícia Federal não foi acolhido pela Justiça, e os presos foram postos em liberdade.
A partir de então, a Polícia Federal passou a dedicar-se, exaustivamente, a analisar os documentos e dispositivos apreendidos e representar, sistematicamente, pela prisão preventiva de todos os envolvidos.
Da operação AKE
Em 3/12/2020, no primeiro desdobramento da Operação Overload, a Polícia Federal deu cumprimento a sete mandados de prisão preventiva expedidos contra os investigados que compunham parte da organização criminosa, estando estes presos até a presente data.
Da operação Lavaggio
Em 10/2/2021, segundo desdobramento, durante as apurações da Operação Lavaggio, a Polícia Federal identificou na análise de material apreendido, ao menos, 20 atos de lavagem relacionadas a um dos principais investigados, contabilizando alienações de veículos e compras de imóveis (apartamentos, casas, chácaras), o que foi feito com parentes do investigado cujas rendas eram incompatíveis com as transações, além de terceiros e pessoas jurídicas.
Na oportunidade, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão e sete ordens judiciais de bloqueio de imóveis (Campinas e Monte Mor), cujo valor aproximado ultrapassou 3 milhões de reais.
Da operação Airline
Nesta terceira fase da operação, a Polícia Federal mantém seu processo sistemático e contínuo adotado de prisão e descapitalização de organizações criminosas voltadas ao tráfico de drogas, com o principal objetivo de evitar a retroalimentação das atividades ilícitas.
O nome da operação, Airline, vem da então estrutura montada pela organização criminosa para manter uma logística permanente de tráfico de drogas por via área internacional.
(Informações da PF)
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