A Polícia Federal iniciou, nesta sexta-feira (6/5), a Operação Midas do Cerrado com o objetivo de investigar organização criminosa que, há mais de 2 anos, vem se utilizando das redes sociais para obter lucros milionários, em detrimento de vítimas que são induzidas a acreditar em investimentos altamente lucrativos, com retorno podendo chegar a 10% ao dia, em um típico esquema de pirâmide.
Estão sendo cumpridos sete mandados de busca e apreensão e 10 medidas cautelares diversas de prisão nas cidades de Palmas (TO) e Porto Nacional (TO). A operação envolveu mais de 30 policiais federais.
A investigação iniciou-se nos primeiros meses do ano de 2021, sendo que, após extenso trabalho investigativo, verificou-se que os suspeitos praticavam diversos crimes, autointitulando-se Traders, como se fossem investidores acima da média, quando não o eram.
O grupo utilizava uma plataforma que tem sede nas Ilhas Seychelles e não possui autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para operar no Brasil. Além disso, usava robôs, operando em contas de terceiros, praticando um sistema de pirâmide para lucrar em cima do prejuízo de diversas vítimas, que lhes seguiam e repassavam dinheiro para que fosse investido, acreditando em ganhos estratosféricos prometidos pelos investigados.
O grupo criminoso fazia propaganda e ostentava um alto padrão de vida nas redes sociais, com fotos de carros com valores próximos a R$ 1 milhão, buscando novas vítimas que viessem para a base da pirâmide.
A operação realizada hoje visa proteger o Sistema Financeiro Nacional, as instituições púbicas, bem como garantir o ressarcimento das vítimas, sendo que os valores envolvidos, em uma análise inicial, podem ultrapassar os R$ 10 milhões.
Os envolvidos podem responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes previstos no Art. 16., da Lei 7.492/86 (Sistema Financeiro Nacional), Art. 27-E, da Lei 6.385/76 (Lei da Comissão de Valores Mobiliários), Art. 171., do Código Penal (estelionato), Art. 2º, da Lei 12.850/2013 (organização criminosa) e Art. 1º, da Lei 9.613/98 (Lei de Lavagem de Capitais), com penas que, somadas. passam de 25 anos de reclusão.
O nome – Midas do Cerrado – faz alusão ao emblemático personagem da mitologia grega, cujo principal atributo seria conseguir transformar em ouro tudo aquilo que tocava.
(Informações da PF)
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