Blog do Marcial Lima - Voz e Vez: Polícia Federal desmobiliza garimpos que poluíam rios no Pará

quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

Polícia Federal desmobiliza garimpos que poluíam rios no Pará


 A Polícia Federal cumpriu 10 mandados de busca e apreensão e inutilizou várias máquinas de garimpo ilegal nesta quarta-feira (7/12), durante a Operação Águas Turvas 2. O crime polui rios de abastecimento da cidade de Parauapebas (PA) e ameaça o Parque Nacional Campos Ferruginosos, na região próxima à Vila Nova Jerusalém e Vila Planalto, no município de Canaã dos Carajás (PA). Esta segunda fase da Operação Águas Turvas teve participação de mais de 70 agentes da PF, Ibama, ICMBio e Força Nacional.

Até o início desta tarde, foram inutilizadas três máquinas, apreendidos R$ 5 mil e três veículos. O cumprimento dos mandados continua durante esta tarde/noite.

Na primeira fase da operação, foram realizados sobrevoos ao longo do rio e locais próximos, o que revelou outros locais de garimpo ilegal de ouro e cobre, daí a necessidade da segunda fase da Águas Turvas.

Foi constatada, previamente, a existência de retroescavadeiras, caminhões e outras máquinas; vários pontos de extração ilegal de minérios; e modificação severa da cor dos rios – indicativo de atividade intensa de garimpagem. Tudo isso foi confirmado durante a operação desta quarta-feira.

Durante meses, existiu extração de ouro e cobre na região. Nos garimpos de cobre, há túneis cavados para a extração e, nos de ouro, diversas escavações – ambos causando gravíssimo dano ambiental, responsáveis pela contaminação do solo e afluentes de rios.

Na Operação Águas Turvas, iniciada em 31 de agosto deste ano, o Serviço Autônomo de Águas e Esgoto de Parauapebas (Saaep), que realiza análise constante da qualidade da água que abastece a cidade, detectou a contaminação de afluentes do Rio Parauapebas e informou ao ICMBio e à Câmara Municipal de Parauapebas por meio de ofício.

Foi relatado pela empresa, na época, que, em virtude da contaminação do rio, foi necessário aumentar em mais de 70% a quantidade de produtos utilizados para tratamento da água que abastece o município. Isso motivou uma audiência pública em Parauapebas no início de junho deste ano, em que foi exposto o caso.

Descobriu-se, então, que a contaminação vinha, em sua maioria, da atividade de garimpagem no município vizinho, Canaã dos Carajás.

A partir da notícia-crime encaminhada pelo ICMBio acerca da devastação causada por áreas de extração ilegal de ouro, a PF abriu inquérito e iniciou a investigação.

Por questões logísticas, é inviável se transportar o maquinário pesado apreendido e, para que não seja reutilizado no garimpo ilegal, é feita a inutilização nos termos da lei.

Se confirmada a hipótese criminal, os responsáveis poderão responder por crimes ambientais, crime de usurpação de recursos da União, associação criminosa, dentre outros. As investigações continuam em andamento.

(Informações da PF)


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