Blog do Marcial Lima - Voz e Vez: "Piadas" da PM Maranhense

segunda-feira, 27 de junho de 2011

"Piadas" da PM Maranhense

O comentário é do jornalista Welligton  Rabelo, mostrando um pouco das reclamções da população sobre as  operações feitas nas ruas e avenidas pela Briosa PM, principalmente na capital. É importante repercutir este tema aqui no blog, para à reflexão do nosso leitor por meio do marciallima@mirante.com.br.


"Tenho um grande respeito pelo coronel Franklin Pacheco, pelo tenente-coronel Jeferson Telles, e por todos os amigos que possuo na Polícia Militar, a exemplo do coronel Odair, entre outros. Porém, não pude deixar de escrever este texto para expor minhas ‘inquietações’ diante de algumas ações da PMMA, até para que sirva de alerta e a fim de que um dia tenhamos uma São Luís mais tranquila.

Na semana em que comemorou seus 175 anos de existência, a Polícia Militar do Maranhão me fez rir por três vezes. São situações que o comando geral da briosa deve olhar com bastante atenção, a fim de não cair no ridículo e aumentar ainda mais a descrença da sociedade maranhense diante da insegurança crescente, principalmente em São Luís. 

O primeiro caso aconteceu na noite de quinta-feira (16), quando passei junto com um amigo em uma ‘barreira’, na Avenida Santos Dumont. Já achei engraçado a presença de apenas dois policiais na ‘blitz’; mas o pior ainda estava por vir. 

Por um instante tive a impressão que seria uma ação da PM para combater a criminalidade, uma daquelas operações ‘Quatro Rodas’ ou ‘Duas Rodas’ do tenente-coronel Jeferson Telles. Assim que o meu colega parou a moto, desci e fui logo tirando a mochila das costas, na ilusão de que seríamos revistados; no entanto, para a minha surpresa, o militar somente olhou a documentação do veículo e nos liberou, e assim aconteceu com todas as outras pessoas. 

Agora, alguém me explica qual a finalidade de uma operação dessas na qual os policiais sequer pedem os documentos pessoais das pessoas, como combater a violência desse jeito? E se nós estivéssemos armados, se fôssemos criminosos? Nem teríamos sido incomodados e seguiríamos para inquietar a população ludovicense, com a autorização de quem deveria nos proteger. 

A segunda situação aconteceu no início da noite de sexta-feira (17), dia do aniversário da PMMA. Policiais do CAC, da Vila Isabel Cafeteira, abordam um veículo Fiat Palio suspeito, pedem a documentação e o condutor diz que não está com ela, mas pede para ir buscar e os militares, inocentemente ou não sei por que, permitem e ficam esperando pelo retorno da pessoa. 

Um caso desses só serve para darmos gargalhadas. Após certo tempo é que os policiais perceberam o ‘vacilo’ que deram, pois o condutor do Palio não voltou e até hoje deve estar sorrindo da cara deles. Aqui vale uma pergunta: e ele era besta em voltar, sabendo do tremendo ‘cabrito’ (carro roubado) que estava dirigindo – só os inocentes militares acreditaram nisso. Acho que no Natal eles devem colocar a meia na janela, à espera dos presentes do Papai Noel. 

Somente após o não retorno do condutor, foi que os PMs tiveram a esperteza de telefonar para o Ciops e pedir para checar a procedência do veículo. E, para a surpresa de todos, foi descoberto que o carro havia sido roubado do empresário Dogival Cavalcante, de 57 anos, morto na madrugada de quarta-feira (15), no Araçagi. 

A morte de Dogival Cavalcante já poderia ter sido até solucionada, se não fossem esses policiais, pois, certamente, prendendo o condutor do veículo se chegaria à autoria do crime. Não dá para combater a criminalidade desse jeito. Ou dá? 

Para finalizar, a terceira e acho que a mais engraçada situação, pois eu sorri bastante assistindo a um programa policial na manhã de segunda-feira (20). Depois de várias ‘broncas’ entre os traficantes do Barreto e Aldeia, um querendo ‘passar o sal’ no outro, o tenente-coronel Jeferson Telles, comandante do Policiamento Metropolitano (CPM), reuniu policiais do Batalhão de Choque (BPChoque) e do Batalhão de Missões Especiais (BME) e foi realizar uma operação chamada de ‘Inquietação’; que, com certeza, só inquietou os cidadãos de bem, moradores do Barreto, que estavam em suas casas descansando, porque os criminosos já deveriam estar nos bares da vida tomando sua cerveja bem gelada. 

Para começar, a reportagem de apenas um programa policial de TV foi ‘convidada’ para acompanhar a inquietação a ser feita no Barreto; exclusividade ou precaução para evitar as críticas? Antes da operação, foram feitas imagens do repórter colocando colete à prova de balas e fazendo aquela zoada a respeito da ação. 

Para mim, a operação mais pareceu um making off do filme Tropa de Elite, com os atores entrando em becos e vielas vazias, revistando cinco ou seis pessoas, somente homens, pois não havia mulheres na equipe de policiais. E qual o resultado da ação? Até hoje espero para saber, mas acredito que nenhum, pois os principais suspeitos pelos tiroteios estavam presos: “Cabeça” e Geovani; e o restante do bando deles ‘curtindo’ com o dinheiro das drogas vendidas durante a semana. 

A Secretaria de Segurança precisa tomar a frente dessas operações, fazer com inteligência, não pegar um grupo de policiais e entrar na comunidade sem ter um planejamento, sem pensar que ali também moram cidadãos de bem e que podem sair feridos numa possível troca de tiros. Uma prova disso foi a ação realizada no Morro da Mangueira, no Rio de Janeiro, planejada com mais de 20 dias de antecedência e que resultou na implantação de mais uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP)."

A morte de Dogival Cavalcante poderia já ter sido solucionada, se não fosse a ação desastrosa dos militares durante a abordagem

Um comentário:

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