Blog do Marcial Lima - Voz e Vez: Madeireiras usam adolescentes como funcionários em Buriticupu

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Madeireiras usam adolescentes como funcionários em Buriticupu

Quatro madeireiras foram fechadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) na cidade de Buriticupu, distante 380 quilômetros de São Luís, acusadas de receptação de madeira extraída de reservas indígenas da região. Duas destas madeireiras utilizavam adolescentes como mão de obra. O fechamento ocorreu após a deflagração da operação Maurítia, que terá continuidade nos próximos dias.

Além de extrair madeira de reserva indígena, empresas usavam jovens de 16 anos para estocar toras

Os adolescentes tinham por volta de 16 anos de idade. O Ibama não divulgou o número preciso de menores de idade flagrados nas madeireiras mas, em apenas uma delas, haviam dois jovens participando do processo de embalagem e estocagem da madeira extraída de forma ilegal já processada para transporte.

Pelas informações do Ibama, as crianças recebiam, em média, R$ 60 por semana para trabalhar em lugares insalubres, sem higiene ou equipamentos de segurança. Uma renda equivalente à metade de um salário mínimo. Nenhuma delas era oficialmente vinculada às madeireiras ou participava de algum programa de jovem aprendiz.

Segundo o Ibama, esses adolescentes amarravam as toras de madeira ou ajudavam no carregamento dos caminhões.

A operação Maurítia contou com a ajuda de homens da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e da Força Nacional com apoio do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, Ministério do Trabalho e Sistema de Proteção da Amazônia.

As madeireiras estariam comercializando madeiras extraídas das florestas da Reserva Biológica do Gurupi e das terras indígenas Awá, Carú e Alto Turiaçu, localizadas nas proximidades de Buriticupu. A extração ilegal de madeiras é um dos motivos de constantes conflitos de terra na região e já foi alvo de denúncias ao Ministério Público Federal do Maranhão (MPF-MA).

Além de trabalhar com madeiras extraídas de reservas indígenas, essas madeireiras não tinham licenciamento ambiental. Elas também já haviam sido notificadas por irregularidades do gênero em operações anteriores. Em uma das madeireiras, também foi encontrado um revolver calibre 38 e uma espingarda calibre 12 sem registros. Esse material foi apreendido pela Polícia Federal.

*do portal IG

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