O município de Amarante do Maranhão amanhece, nesta quarta-feira (19), sem nenhum candidato a prefeito, depois que o Supremo Tribunal Federal (STF), por decisão liminar do ministro Gilmar Mendes, cassou os efeitos de acórdão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Maranhão que havia liberado o registro de candidatura de Marconi Duailibe (PSD).
Como o registro da atual prefeita, Adriana Ribeiro (PV), foi cassado – ela concedeu aumento salarial a funcionários públicos municipais no período vedado -, o eleitor da cidade simplesmente não tem em quem votar, a menos que os dois indiquem substitutos, ou consigam reverter as decisões contrárias.
Marconi Duailibe foi condenado pelo próprio TRE em 2010 (veja), por compra de votos nas eleições de 2008 – a situação dele é a mesma de Beto Rocha, de Bom Jardim (relembre o caso). Tecnicamente, o candidato à Prefeitura de Amarante deveria ter sido enquadrado no que diz a Lei da Ficha Limpa pela Justiça Eleitoral local.
Mas o TRE ignorou a nova legislação e, por 5 votos a 1 – vencido o juiz federal Nelson Loureiro -, deu o registro ao candidato. A prefeita Adriana Ribeiro recorreu, então, ao STF – também por meio de uma reclamação -, e a Suprema Corte brasileira deu mais uma lição de aplicação da Lei da Ficha Limpa à Justiça Eleitoral maranhense, barrando ficha-suja.
No caso da prefeita, ela também foi considerada ficha-suja, mas pelo próprio TRE, por ter concedido aumento salarial a funcionários da Prefeitura em junho deste ano, quando a Legislação Eleitoral já proibia tal tipo de ato para concorrentes ao cargo de prefeito.
Neste caso, tanto o juiz Glender Malheiros, da 99ª Zona Eleitoral, quanto o TRE entenderam ter havido abuso de poder político de Adriana Ribeiro e decidiram pela cassação do registro (leia aqui).
O curioso no caso de Amarante é que a disputa por lá começou com quatro candidatos (veja acima). Mas Zezé Marinho (PSDC) não teve o pedido de registro sequer conhecido pela Justiça Eleitoral e Antonio Alberto Albuquerque, também do PSDC, teve o registro indeferido e não recorreu da sentença.
Que sina essa de Amarante, não?
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