Blog do Marcial Lima - Voz e Vez: Médicos suspenderão atendimentos não emergenciais para 7 operadoras

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Médicos suspenderão atendimentos não emergenciais para 7 operadoras

Quem marcou consulta ou cirurgia de caráter não emergencial para 10 de outubro em diante provavelmente terá que mudar a agenda. A partir desta quarta-feira, médicos conveniados com sete operadoras de saúde decidiram parar esses tipos de atendimentos no Maranhão. 

A categoria reivindica, entre outras coisas, o fim da intervenção dos planos na relação médico-paciente e a revisão dos honorários com inserção, em contrato, de critérios para o reajuste. Os planos Geap, Unimed São Luís, Hapvida, Unihosp, Bradesco, Commed e Multiclínicas são os alvos dos protestos. O presidente do Conselho Regional de Medicina do Maranhão (CRM-MA), Abdon Murad, afirmou que a previsão inicial é de 15 dias de paralisação, que pode ser estendida caso as negociações não avancem. 

Segundo ele, um médico costuma receber, atualmente, pagamentos de R$ 30 a R$ 60 por consulta que, ainda, atrasariam de três a seis meses para serem recebidos. Ele definiu a situação conflituosa como decorrente da “falta de vontade dos planos de fazer a coisa certa”. 

A constante negativa dos planos aos pedidos de procedimentos médicos seria um dos principais descontentamentos. “Pedimos exames, operações e várias outras coisas para o paciente, e os planos estão sempre colocando dificuldades. O paciente acaba tendo que entrar na Justiça”, reclama. A paralisação faz parte de um movimento nacional dos médicos, que já suspenderam as atividades em quinze Estados. 

Os cinco pontos da pauta de reivindicação da categoria médica são: 

1. Reajuste dos honorários de consultas e outros procedimentos, tendo como referência a CBHPM (Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos).

2. Inserção nos contratos de critério de reajuste, com índices definidos e periodicidade, por meio de negociação coletiva.

3. Inserção nos contratos de critérios de descredenciamento.

4. Resposta da ANS, por meio de normativa, à proposta de contratualização, encaminhada pelas entidades médicas.

5. Fim da intervenção antiética na autonomia da relação médico-paciente.

Confira o posicionamento dos planos de saúde do Maranhão:

Multiclínicas: O proprietário José Luís Rojas afirmou que os médicos contratados do plano receberam a ordem de não parar e que somente os prestadores de serviço deverão aderir ao movimento. Ele disse, ainda, concordar com as reivindicações dos médicos e garantiu que a Multiclínicas tentará atender a todas as reivindicações.

Unihosp: Até o momento do contato com a reportagem, o plano declarou não ter sido informado, oficialmente, pelos seus prestadores de serviço de qualquer intenção de paralisação. A Unihosp afirmou que todos os procedimentos estavam agendados normalmente.

Hapvida: Em nota, a operadora disse que não haverá descontinuidade no atendimento. Ela assegurou que os associados do Hapvida Saúde poderão contar com unidades de atendimento da rede própria da operadora no Estado, sendo composta por um hospital em funcionamento diário 24h, o Hospital Guarás no bairro de Fátima, e duas Hapclínicas funcionando no Centro (Cajazeiras).

Unimed e Bradesco Saúde: Em nota, a FenaSaúde, responsável pela representação da Unimed e do Bradesco Saúde, afirmou que considera justos os honorários médicos praticados, utilizando valores acima da inflação. Segundo eles, para honrar todos os compromissos assumidos com beneficiários em caso de interrupção abrupta das atividades, as operadoras são obrigadas a constituir reservas técnicas.


*do G1 MA