Blog do Marcial Lima - Voz e Vez: Polícia prende em Goiás suspeito de matar vereador de Barra do Corda

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Polícia prende em Goiás suspeito de matar vereador de Barra do Corda

Vereador de Barra do Corda morto em
setembro
A Superintendência de Polícia Civil do Interior (SPCI) do Maranhão prendeu ontem, no estado de Goiás, o homem suspeito de ser o autor dos disparos que mataram o vereador Antônio Aldo Lopes Andrade, de 48 anos, crime ocorrido na noite do dia 22 de setembro, no município de Barra do Corda. Jonas Fernandes Almeida, de 29 anos, foi localizado na cidade de Aparecida de Goiás-GO, e deve ser recambiado até sexta-feira (9) para São Luís. A polícia também divulgou os nomes dos mandantes do crime.

"Nossos investigadores, apoiados pela Polícia Civil de Goiás, localizaram próximo à capital daquele estado o único suspeito, até então foragido, de ter participado diretamente do crime. Segundo apontam as investigações, este foi o atirador que estava na garupa da moto utilizada no crime. Hoje [ontem], também prendemos, no município de Tuntum, o segundo executor do crime, nesse caso, aquele que pilotava a moto. Trata-se de Jadson Silva Costa, de 25 anos", revelou o superintendente da SPCI, Jair Lima de Paiva.

Diante do silêncio da polícia acerca do caso, na época do crime, notícias vindas da cidade de Barra do Corda davam conta de que a morte de Aldo Andrade tinha sido encomendada por questões políticas, pelo fato de o vereador ter feito um duro discurso contra adversários de campanha, em um comício, dias antes, no Povoado Centro dos Ramos. Ontem, porém, o próprio secretário de Estado de Segurança Pública (SSP), Aluisio Mendes, desmistificou o caso e revelou que o crime foi motivado por uma negociação de terras mal resolvida.

"O crime está elucidado com a prisão do pistoleiro. Logo no início das investigações, a polícia já havia descartado qualquer cunho político como motivação para a morte do vereador. O homicídio foi motivado por uma desavença entre a vítima e um dos três envolvidos no crime, por causa de uma transferência de terras mal negociada. Passamos por mais de 17 municípios, monitorando o matador, e agora o juntamos àqueles que o contrataram para ceifar a vida do parlamentar", detalhou Aluisio Mendes.

Ainda de acordo com a SPCI, a morte de Aldo Andrade foi encomendada por Jamys Rodrigues Silva, de 32 anos, com outros dois moradores da região de Barra do Corda, identificados como Robson da Silva Santos, de 23 anos, e Douglas Ferreira da Silva, de 27 anos. "Os três foram presos no dia 10 de outubro. Porém, manter seus nomes sob sigilo era fundamental para não 'espantar' os executores e saber deles qual foi a quantia em dinheiro oferecida pela morte da vítima", acrescentou o superintendente da SPCI. Todos os suspeitos foram presos por determinação da Justiça, em cumprimento a mandados de prisões temporárias (válidas por 30 dias), expedidos pelo juiz João Pereira Neto, titular da 2ª Vara de Barra do Corda. Os pedidos de prisões foram representados pelos delegados Alexssandro Oliveira, titular da delegacia regional; Marcone Caldas e Felipe Freitas, titulares do 1º e 2º DP da cidade, respectivamente. Os envolvidos no crime devem ser apresentados à imprensa até o fim da semana, na sede da SSP.

O crime - Candidato à reeleição pelo Partido Social Democrata Cristão (PSDC), o vereador Aldo Andrade foi executado com quatro tiros (dois na nuca e dois no tórax) ao descer de seu veículo em frente ao Lava-Jato do Genival, no bairro Altamira. Os bandidos, segundo a polícia, estavam em uma moto Honda Fan, de cor prata, cuja placa não foi anotada, e usavam capacetes. Durante o tiroteio, um borracheiro da cidade foi alvejado na porta de casa, e também morreu a caminho do Hospital Edison Lobão.

Almir dos Santos Bezerra, de 48 anos, era proprietário da Borracharia Lilian, localizada ao lado do lava-jato, e segundo a polícia, foi atingido por uma das balas, que transfixou o corpo do vereador. O autônomo morreu a caminho do hospital, levado por um dos irmãos do político. "Crimes como este, que ocorrem em épocas cujo ânimo da população local estão bastante acalorados precisam ser investigados com cautela para se chegar a um resultado positivo, e foi isso que fizemos", disse o secretário de Segurança, Aluisio Mendes.

Aldo Andrade pleiteava seu terceiro mandato como vereador e fazia parte da coligação "Unidos pela Liberdade", encabeçada pelo prefeito eleito Eric Costa (PSC), que, por sua vez, disputou como oposição ao grupo do então candidato Carlito Santos (PTdoB), este apoiado pelo grupo do atual prefeito da cidade, Manoel Mariano de Sousa, o Nenzim (PV).