Blog do Marcial Lima - Voz e Vez: Banco Central eleva previsão de inflação no ano para 5,7%

quinta-feira, 28 de março de 2013

Banco Central eleva previsão de inflação no ano para 5,7%


O Banco Central elevou a previsão de inflação para 2013 e 2014 e estimou que o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro deste ano crescerá 3,1%. Foi projetado ainda que a inflação em 12 meses vai estourar o teto da meta no segundo trimestre deste ano.

A presidente Dilma Rousseff discursa durante reunião dos Brics, que está sendo realizada na África do Sul

Segundo o Relatório Trimestral de Inflação, divulgado nesta quinta-feira, o IPCA, índice de inflação oficial, ficará em 5,7% neste ano pelo cenário de referência, ante previsão anterior de 4,8%. No próximo ano, foi estimado em 5,3%, acima da previsão anterior, de 4,9%.

O relatório sai um dia após a presidente Dilma Rousseff criar polêmica ao dizer que não concorda com políticas que reduzem o crescimento para combater a inflação.

O BC estima ainda que a inflação em 12 meses vai estourar o teto da meta no segundo trimestre deste ano, chegando a 6,7%. Segundo o documento, os preços terminam o primeiro trimestre de 2013 no teto da meta, em 6,5%, e só começam a recuar a partir do terceiro trimestre.

Em relação ao PIB, a projeção anterior, que considerava os quatro trimestres encerrados no terceiro trimestre de 2013, previa alta de 3,3% dentro desse intervalo.

Já o consumo das famílias deve mostrar elevação de 3,5% no ano --o relatório anterior projetava crescimento de 4%. Em 2012, apresentou alta de 3,1%.


A declaração de Dilma, feita em Durban (África do Sul) durante reunião dos Brics, levou o mercado financeiro a reduzir apostas de que o Banco Central subirá os juros para controlar as recentes pressões inflacionárias.

Embora Dilma tenha dito também que o governo está atento à inflação, o mercado interpretou seu discurso como indicação de que ela seria contra uma elevação de juros para conter a alta dos preços porque essa medida brecaria o crescimento.

Para o mercado, a declaração prejudicou a credibilidade da autoridade monetária. A reação de investidores foi reduzir suas expectativas de alta de juros.

A taxa refletida nos contratos do mercado futuro com vencimento em janeiro de 2014 recuou de 7,79% na terça-feira para 7,74% ontem, depois de forte oscilação ao longo do dia.