O número de assaltos a ônibus ocorridos este ano na Região Metropolitana de São Luís já superou o total de ocorrências de 2012. Este ano, já foram registrados 317 casos, um aumento de 21%, segundo dados do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís (SET), que reclama da perda de funcionários, que pedem demissão por causa dos riscos de ações criminosas no interior dos coletivos. Hoje, o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Maranhão (Sttrema) participa do Dia Nacional de Mobilizações e Lutas, pedindo mais segurança no transporte coletivo de São Luís, mas não haverá paralisação de motoristas e cobradores.
Em todo o ano passado, 260 assaltos foram registrados em ônibus de São Luís. Este ano, foram 61 somente em maio, média de dois por dia, a mesma de janeiro e junho, quando ocorreram 60 ações do tipo nos coletivos. Em 2012, o mês com maior número de assaltos foi abril, com 37 registros. O levantamento do SET é feito com base no número de boletins de ocorrência registrados nas delegacias da Ilha. "Sabemos que esse é um problema de todas as capitais. Fortaleza e Recife também têm altos índices de assalto a ônibus, mas é preciso reforçar a prevenção a crimes em São Luís para aumentar a segurança no transporte coletivo", afirmou Luís Cláudio Siqueira, superintendente do SET.
A área Itaqui-Bacanga e bairros como Vila Itamar, Monte Castelo e João Paulo são apontados pelo SET como os mais perigosos para motoristas, cobradores e passageiros, pois é onde ocorre o maior número de assaltos. "À noite e nos fins de semana, as ações costumam se intensificar", comentou Luís Cláudio Siqueira. Ele disse ainda que os assaltantes não se intimidam, mesmo com 85% da frota de ônibus tendo sistema de videomonitoramento. "Eles entram, ameaçam motoristas e cobradores e intimidam os passageiros a qualquer horário", disse.
Medo - Luís Cláudio Siqueira informou que em maio deste ano um ofício foi enviado à Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP) e ao Comando de Policiamento Metropolitano (CPM) relatando os riscos que passageiros, motoristas e cobradores sofrem ao longo do itinerário da linha de ônibus, mas ainda não foram tomadas medidas efetivas para resolver o problema. "Os usuários do transporte coletivo de São Luís estão com medo. Muitos evitam andar com objetos de valor por causa da ação dos bandidos", disse.
Por causa da insegurança e do medo de assaltos nas viagens, muitos cobradores e motoristas estão pedindo demissão e buscando empregos em outros setores. De acordo com o Sttrema, pelo menos 10% dos profissionais já deixou o emprego por medo de sofrer agressões de criminosos durante o trabalho. No ano passado, um cobrador e um motorista foram assassinados durante assaltos em coletivos em São Luís, segundo o sindicado da categoria.
Ato público - Hoje, diversas categorias, entre elas servidores públicos municipais, trabalhadores do transporte coletivo e bancários, participarão de ato público em São Luís, em alusão ao Dia Nacional de Mobilizações e Lutas, previsto em todo o país. Segundo a direção da Força Sindical no estado, que está organizando o ato, será realizada uma caminhada pelas ruas do Centro, cuja concentração acontecerá em frente à Biblioteca Pública Benedito Leite e sendo encerrada na Praça Pedro II.
A diretoria do Sttrema participará da caminhada, tendo como uma de suas pautas o aumento na segurança do transporte coletivo de São Luís, mas não haverá paralisação da categoria. "Os motoristas e cobradores trabalharão normalmente amanha [hoje]. Apenas os diretores do sindicato participarão do ato manifestando nosso apoio e pedindo melhores condições de trabalho. Na próxima semana, faremos assembleia para definir uma mobilização específica para tratar da insegurança no transporte coletivo de São Luís", informou Dorival Silva, presidente do Sttrema.
*de O Estado MA
