O uso da biometria facial em ônibus do sistema de transporte coletivo de São Luís resultou no bloqueio de 751 cartões de meia-passagem e de gratuidade que estavam sendo utilizados de forma irregular, ou seja, por pessoas que não eram os titulares. O novo sistema, ainda em fase de teste, entrou em operação no dia 15 julho deste ano, com o objetivo de combater as fraudes no sistema de transporte de passageiros da capital maranhense.
Desde quando o sistema começou a funcionar, foram detectadas mais de 3.800 fraudes, ou seja, o uso indevido dos cartões de meia-passagem e de gratuidade. O bloqueio deles começou efetivamente a partir dia 1° deste mês e, até o dia 5, haviam sido inutilizados 751. Nos próximos dias, os cartões que estavam sendo utilizados por terceiros, como detectou anteriormente o sistema, também serão bloqueados, assim como os próximos que eventualmente forem usados de forma indevida.
Os usuários de transporte coletivo da cidade que tiveram os cartões inutilizados devem ir ao Terminal de Integração da Praia Grande (Avenida Beira-Mar) para regularizar a situação. Essas pessoas podem ainda ter o benefício suspenso temporariamente ou definitivamente.
Sistema - Como o sistema de biometria facial ainda está em fase de testes, apenas seis coletivos da linha Alto da Esperança e dois da linha Tamancão, todos pertencentes à empresa Taguatur, estão com o aparelho de biometria facial instalados. Nos próximos meses, o serviço estará disponível para ônibus de outras empresas.
O sistema é de responsabilidade da Dataprom, a mesma que tem a gestão do Sistema de Bilhetagem Automática (SBA) de São Luís. Os novos equipamentos instalados nos coletivos reconhecem se a pessoa é a titular do cartão de meia-passagem ou de gratuidade que ela está utilizando.
Ao encostar o cartão na máquina para liberar a catraca do ônibus, o aparelho de biometria facial registra três fotografias do rosto da pessoa que está fazendo o uso do benefício. Essas imagens são enviadas em tempo real para um banco de dados da Prefeitura de São Luís, em que é realizada uma comparação entre o rosto da pessoa que está usando o cartão e o que está no sistema, para saber se o passageiro que está de posse do cartão é de fato o titular.
Fraude - Caso seja registrado até 40% de semelhança entre o rosto que está no banco de dados da Prefeitura e o da pessoa que está usando o cartão de gratuidade ou meia-passagem, não há fraude. Abaixo desse percentual, já é levantada a suspeita de irregularidade. É gerado um relatório e o benefício é bloqueado temporariamente ou suspenso automaticamente. Todo o processo pode durar até 40 minutos.
Hoje, a frota de ônibus que circula na capital maranhense é de 1.185 coletivos, que atendem aproximadamente 740 mil usuários diariamente. A identificação dos rostos dos passageiros é uma forma de combater a fraude no sistema de transporte da cidade, que hoje tem perda gradativa de receita, não apenas causada por esse problema, mas também pela atuação de táxis piratas, principalmente nos bairros da área Itaqui-Bacanga.
De acordo com os empresários do sistema de transporte da capital maranhense, a implantação do sistema de biometria facial era necessária para diminuir as fraudes no transporte coletivo de São Luís e também foi uma condição para que eles atendessem às reivindicações trabalhistas e salariais de motoristas, cobradores e fiscais de ônibus, que deflagraram greve em maio deste ano e se estendeu por 16 dias.
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O benefício da gratuidade no sistema de transporte coletivo na cidade há muito tempo tem sido alvo de constantes fraudes, segundo o Sindicato das Empresas de Transporte (SET). Dois em cada 10 usuários dos ônibus da capital maranhense têm o benefício, 20% do total, índice considerado alto, se comparado a sistemas de transportes de outros estados do Nordeste, como Fortaleza (CE) e Natal (RN), cujos fluxos de usuários com passe-livre são, respectivamente, de 3% e 5%.
Números
751 cartões bloqueados no período de 1° a 5 de setembro
3.800 é a quantidade aproximada de fraudes que foram observadas no período de testes do sistema
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