Blog do Marcial Lima - Voz e Vez: Coluna Extragado - por Danilo Quixaba

terça-feira, 30 de junho de 2015

Coluna Extragado - por Danilo Quixaba

O blog passa a repercutir a coluna semanal do irreverente Jornal Extra, publicada todos os domingos, arrochadinha.

Coluna Extragado – 23
Quando o banheiro é mais importante do que o que fazemos nele
O que diferencia os seres humanos na hora de defecar é qualidade do que ele come; a cor da casca de feijão com a do milho tornam os intestinos como origem de gênero sexual indefinido. Homossexuais (veados e sapatões [como eles mesmos se chamam]), transgêneros e outras formas de amor não desvencilham, infelizmente, até agora, o gênero biológico do qual nasceram. As maneiras de amar não são as mesmas da hora de cagar. Por isso, um macho que gosta de macho não pode ir de boas na privada em que moças se posicionam, porque as mulheres são vítimas constantes de abusos e assédios, criando na sociedade um temor e protecionismo para meninas. O que é não é um ideal de convivência harmônica. Não deveria era haver divisão alguma! Mas pensar isso nesse país de muita gente sebosa e tarada é utopia. Ilusão dolorida de admitir. A trans Stéphany Pereira, por ser impedida de usar o banheiro feminino do Liceu, insurgiu uma discussão interessante sobre respeito; uma provocação ao pensamento conversador e, acima de tudo, um olhar mais humanizado às opções individuais, não apenas sexuais. Bem mais: existenciais. Quantos ais.
Parlamento ou mictório?
Inserir imagem: Banheiro unissex:
para macho-e-fêmea, indeciso e cabaço
Thiago Martins, advogado especialista em direito homoafetivo, garante que Stéphany tem mesmo embasamento jurídico para alegar o uso do banheiro feminino. Uma resolução instituída pela Presidência da República garante auto-afirmação nessas situações (como por exemplo, uso de nome de guerra no ENEM). Só que a lei deixa muitas brechas para defesas de atitudes confusas. Pensem: qualquer um que se assuma gay, mesmo sendo apenas um tarado que quer brechar mulheres agachadas, pode, com este argumento, utilizar todos os tipos de sanitários que lhe der vontade. Na conjuntura atual, seria uma tragédia para terminar de esculhambar os pudores públicos. Insegurança para quem tem menor possibilidade de defesa pessoal.
Obras que desconstroem
Simeão Solino Mendes, 67 anos. Aposentado, morador do bairro periférico Salinas do Sacavém há quarenta anos. Até quando vai ficar por lá? Não se sabe. Aos poucos, vai perdendo o seu único patrimônio valioso além dos filhos e netos: uma casa de seis cômodos. Devido às obras do canal do Rio das Bicas, ele está sendo obrigado a sair da casa por ter recusado as propostas de desapropriação da Prefeitura de São Luís. Foram duas. A primeira, daria a quantia de R$10 mil para a compra de outro imóvel. A segunda lhe garantiria uma aluguel social de R$300,00. Simeão chiou e chorou. Aumentaram para R$600,00. Mesmo assim, não foi o suficiente para pagar um lugar que coubesse as pessoas que dividem o teto com ele. Sem ter o que fazer, ficou na casa, à revelia da secretaria municipal que atende seu caso. As calçadas da casa já foram retiradas pela empreiteira responsável pela construção. Um sonho sendo depenado na fuça de quem é vitimizado. Para que serviria este avanço urbano para alguém que pela obra, perdeu sua maior propriedade material?
Ai, ai, ui, ui
Toada do cantador Santiago, do Boi de Perimirim:
Menina, você que falou que calor de mulher nova pra velho é caixão/ Apesar de já estar velho, mas confio na munição/ Eu queria estar contigo, no período de São João/ Encostar boca com boca/ Ter aquela sensação [...] / Eu quero ter o prazer, de saber no outro dia/ Que tu falou pra tuas colegas, o que o velho te fazia / Ai, ai, ui, ui / Deixa o velhinho correr a mão / Ai ai, ui ui / Que gostosa sensação

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