Denúncia
As investigações tiveram início após o levantamento de informações por policiais federais em Corumbá, cidade localizada a 420km da capital Campo Grande e que faz fronteira com a Bolívia. Durante seis meses de trabalhos, os policiais descobriram uma vasta rede de fornecedores, compradores, motoristas e “mulas”. Parentes e até um adolescente, filho de um casal integrante do grupo investigado, foram recrutados para executar atividades ilícitas. A organização criminosa contava, ainda, com infraestrutura que incluía oficinas mecânicas, estacionamento, lava a jato, diversas residências, veículos de passeio, caminhonetes e caminhões.
Nesse período, foram realizadas quatro prisões e três apreensões de drogas enviadas pelo grupo, que totalizaram 354kg de cocaína na forma de cloridrato. Como pagamento, a organização criminosa recebia valores em espécie em moeda nacional e estrangeira, além de veículos e embarcações que seriam negociados dentro e fora do território brasileiro. Até o momento, foram identificados mais de R$ 921 mil entre automóveis, caminhões e embarcações. No decurso das investigações, também foram confiscados US$ 25 mil (o equivalente a mais de R$ 81 mil na data da apreensão) que estavam sendo levados à Bolívia, possivelmente para integrar o pagamento de um próximo carregamento de drogas.
Com clara divisão de tarefas, os alvos da operação tratavam desde as negociações com fornecedores bolivianos de cocaína, logística de pagamentos e internalização da droga no território brasileiro, até o armazenamento, ocultação em compartimentos de veículos e transporte, especialmente para o Estado de São Paulo. Os métodos de transporte buscavam precipuamente evitar a fiscalização, utilizando rotas por vias vicinais ou estradas de terra e, também, o trânsito em horário noturno.
Alto poder financeiro
As investigações demonstraram, ainda, o poder financeiro da organização criminosa. Mesmo após as prisões e as apreensões milionárias de drogas e valores ocorridas durante as investigações, os líderes da organização criminosa prosseguiram sem percalços nas ações ilícitas, subdividindo tarefas, recrutando outros integrantes e reunindo recursos para viabilizar novos carregamentos de drogas.
Os integrantes do grupo criminoso não possuíam emprego ou atividade lícita que justificasse a riqueza ostentada. Uma das oficinas, por exemplo, não apresentava atividade contínua ou funcionários regulares, além de, notadamente, auxiliar na confecção de esconderijos e compartimentos em veículos que transportariam as drogas.
(Informações da PF)
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