Blog do Marcial Lima - Voz e Vez: ENTREVISTA: vereador Marcial Lima avalia o primeiro ano de mandato

domingo, 31 de dezembro de 2017

ENTREVISTA: vereador Marcial Lima avalia o primeiro ano de mandato


Eleito em sua primeira campanha, com mais de 5 mil votos, o radialista e jornalista Marcial Lima encerra, agora, seu primeiro ano de mandato como vereador de São Luís, pelo PEN. Novato na política, ele tem mais de vinte anos como repórter de rádio e TV, com atuação de destaque na área do jornalismo comunitário, esportivo e policial. A grande experiência nessas áreas, sempre exercendo junto à população, o credenciou à Câmara Municipal, e ele faz questão de manter o contato direto com a comunidade, em um mandato que tem sido muito atuante em ações fora do plenário e do gabinete. Marcial Lima apresenta, agora, um balanço desse primeiro ano como parlamentar e fala dos projetos para os próximos anos.

*- Que avaliação o senhor faz desse primeiro ano de mandato?*
A avaliação é positiva do trabalho. Nós tivemos a oportunidade, em pouco mais de 11 meses de atuação parlamentar, de discutir os problemas da cidade de São Luís, como um todo, numa responsabilidade muito grande. Levamos, para a Câmara e para as comunidades, discussões importantes, como a questão dos condomínios do programa “Minha Casa, Minha Vida”, a questão dos transportes e da segurança. Esse é um tema, aliás, que a população cobra muito, e nós discutimos essa situação da segurança em diversos bairros, por meio de audiências públicas. Discutimos a questão da falta de infraestrutura, com apoio, inclusive, da Defensoria Pública. Estivemos em bairros como Santa Clara, Maracanã, Matinha de Maracanã, em vários bairros da zona rural, debatendo com a população. Na região da Cohab e do Cohatrac, teremos uma audiência pública na própria comunidade, no dia 10 de janeiro, no ginásio de esportes Sabará, para discutir a questão do trânsito.
No Parque da Juçara, no Maracanã, apresentamos uma proposta para que a prefeitura assuma com a comunidade aquele parque, para que ele possa funcionar o ano inteiro, com oportunidade de trabalho para muita gente. Discutimos a saúde em uma audiência com a Câmara lotada. Lançamos o Fórum Permanente para discutir as questões importantes para as comunidades da cidade. Acreditamos que o mais importante é essa presença constante nas comunidades, e essa caminhada vai continuar em 2018.

*- O senhor teve uma votação expressiva para um candidato inexperiente em campanhas, apesar de ser irmão de um político veterano (Mercial Arruda – ex-deputado estadual e atual prefeito de Grajaú). Como tem sido a prática parlamentar nesse período?*
Temos sido um vereador diferente, conversamos diretamente com a população, com simplicidade, ocupando, muitas vezes, a tribuna da Câmara com questões importantes para a cidade, como a situação de abandono do Centro Histórico, a questão das invasões diárias em Áreas de Preservação Permanente, como a Reserva do Batatã; transporte coletivo, a situação da Guarda Municipal do Parque do Bom Menino. Foram muitos pronunciamentos bons e participativos na Câmara Municipal.

*- Hoje, após um ano de mandato, como o senhor vê a atuação da Câmara de Vereadores de São Luís?*
Nós gostaríamos até que a população avaliasse melhor o papel do vereador, que, muitas vezes, é confundido na execução de obras, mas o vereador não executa obras. Ele pede, sugere, recomenda ao Poder Executivo, além de fiscalizar os gastos da prefeitura. E, com a transmissão das sessões pelo rádio, a população está acompanhando mais, e acreditamos que a Câmara precisa avançar mais na independência, precisa dar uma guinada em relação à situação atual, até porque deveríamos ser referência para as Câmaras do Estado todo. Então poderíamos ter uma independência maior nas votações, principalmente nas mensagens que são enviadas de última hora pela prefeitura, que não deveriam ser votadas às pressas como são, precisam de melhor análise para serem apreciadas.

*- Cite alguns projetos apresentados nesse primeiro ano de mandato.*
Além dos requerimentos para realização de obras e melhorias nos bairros, apresentamos um projeto para que as sessões comecem mais cedo, às nove horas da manhã. Entendemos que dez horas já é muito tarde. Dá para o vereador chegar às oito, atender a população em seu gabinete, se quiser atender, e participar da sessão às nove horas. Apresentamos requerimento sobre os painéis publicitários espalhados pela cidade, mas nunca recebemos informação. E, também, um projeto para determinar que a prefeitura só deve pedir empréstimo depois de ouvir a comunidade para saber em que esse dinheiro vai ser aplicado. Outro projeto, que está em tramitação e deve ser votado logo no início de 2018, é o projeto que garante os assentos preferenciais em todos os coletivos da cidade, para pessoas com deficiência, idosos, mulheres grávidas e com crianças de colo.

*- O senhor vai disputar uma vaga na Assembleia Legislativa em 2018?*
Sobre essa pré-candidatura, é uma possibilidade que está nas ruas, sendo avaliada pelo povo. Uma possibilidade que se coloca de forma simples, humilde. Pensamos que devo sim ser candidato a deputado estadual, por uma corrente de apoio que temos na Região Metropolitana, em todos os municípios, e no interior também. Em todas as regiões, temos gente defendendo essa possibilidade, com carinho especial no centro sul, região onde eu nasci, especialmente nos municípios de Grajaú, Formosa da Serra Negra, Arame, Sítio Novo, Amarante, Itaipava do Grajaú, Nova Colinas, Fortaleza dos Nogueiras, Balsas. Também na região do Munim, dos Lençóis. Em todas as regiões, temos um reconhecimento e apoio. A campanha será lançada em janeiro, com simplicidade, visitando, conversando com as pessoas, sem compra de votos, prática que nós combatemos, pois entendemos que as pessoas devem votar com dignidade. E, até o mês de março, vamos definir se vamos continuar no PEN ou se lançaremos candidatura em outro partido.

*- Na sua opinião, quais as maiores dificuldades que a capital enfrenta e qual o papel da Câmara Municipal na superação desses problemas?*
São Luís tem muitos problemas, e nós observamos uma administração cansada, distante dos problemas da cidade. Em 2017, praticamente a cidade não teve obras. A saúde está ruim: a obra do Hospital da Criança parada, a maternidade da Cidade Operária também. Na educação, as creches que não saíram do papel. Apresentamos uma proposta que foi de transformar as associações comunitárias em creches municipais, sem depender do projeto que está em andamento em Brasília. A questão da infraestrutura é um problema sério aqui em São Luís. Nós temos problemas crônicos, antigos, que a prefeitura apenas repete medidas paliativas a cada ano. Por exemplo, temos a Avenida São Jerônimo, a zona rural, Tibiri, Quebra-Pote, Turu, Cohama, praças sem manutenção, muitos bairros que apresentam problemas sérios, o Centro Histórico abandonado, comércio prejudicado, falta de segurança e infraestrutura. O problema da drenagem em toda a cidade, vários canais sem escoamento adequado. Escolas com estruturas comprometidas. Em algumas, caiu o teto. Não há diálogo com a comunidade escolar, a prática de educação física praticamente não existe. Faltam também, na cidade,  escolas profissionalizantes para incentivar o jovem a concluir um curso técnico. A mobilidade urbana não acompanhou o crescimento da cidade. O transporte coletivo é precário. A prefeitura não consegue melhorar a situação. Houve uma pequena melhora, precisamos reconhecer, com os ônibus com ar condicionado por exemplo, mas os problemas são muitos ainda. Na cultura, todos os arraiais foram entregues ao governo do Estado, mas isso é errado. A ajuda é bem-vinda, mas quem tem de assumir isso é a prefeitura. Não se pode conceber numa cidade com 1 milhão de habitantes ter só quatro arraiais de grande porte que são Maria Aragão, Ipem, Praia Grande e Vila Palmeira. Então, tem de descentralizar para que as brincadeiras possam se apresentar em todas as regiões da cidade. Já imaginou se todos os 217 municípios entregassem toda a gestão da cultura para o Estado? A mesma coisa é o Carnaval. Tem de ser descentralizado, e o município tem de fazer a parte dele. E cabe aos vereadores e à Câmara Municipal serem firmes, atuantes, combativos para cobrar ações do Poder Executivo Municipal para que mudem essa realidade.

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