A Polícia Federal, com o apoio da CGU e do MPF, iniciou, nesta terça-feira (15/12), a quinta fase da Operação Recidiva. Os alvos são duas sedes de escritório de contabilidade, assessoria e projetos e duas residências de seu proprietário, em João Pessoa e Patos (PB), além da sede de uma empresa de desenvolvimento de sistemas e a residência de seu dono, ambas em Patos. Participam da operação 30 policiais federais e servidores da CGU.
Em diversos momentos da investigação que originou a Operação Recidiva, os réus, investigados, políticos, engenheiros, servidores das prefeituras e empresários fizeram alusão a reuniões e orientações prestadas pelo escritório de contabilidade, que já foi alvo de duas buscas judiciais: a primeira no âmbito da Operação Dublê, em 5 de maio de 2012, e a segunda no mês seguinte, quando do início da Operação Pão e Circo.
Segundo o MPF, verdadeiro ponto de encontro dos investigados de toda sorte, o escritório aparentemente prestava serviço contratado pelas prefeituras para consultoria e prestava orientações aos investigados, muitas das quais possivelmente ilícitas.
Apenas em um CNPJ, o escritório recebeu, entre 2009 e 2018, de dezenas de prefeituras paraibanas, mais de R$ 12 milhões, conforme informações do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PB). São exemplos de municípios que contrataram o escritório: Patos, Sousa, Cajazeiras, Sapé, Bayeux, Catolé do Rocha, Solânea, Condado, Emas, Imaculada, Junco do Seridó, Malta, Quixaba, São José de Espinharas, Teixeira, Conceição, Cacimbas, São José do Bonfim, São Mamede, Mãe D'água, Catingueira e Cacimba de Areia.
Segundo ressalta o representante do MPF, no pedido feito à Justiça para autorização do cumprimento dos mandados, além de prestar serviços a todos os municípios envolvidos na Operação Recidiva, sob atribuição da 14ª Vara Federal de Patos, o escritório atende aos municípios do interior da Paraíba, tais como Patos, Sousa e Cajazeiras. Ainda de acordo com o procurador da República, em atualização desses dados, nos anos de 2019 e 2020, já foram pagos, aproximadamente, outros R$ 3,4 milhões de R$ 3,6 milhões empenhados. Ele acrescenta que, ao todo, em pouco mais de 10 anos, o escritório recebeu cerca de mais de R$ 15 milhões.
Conforme o procurador da República, as duas buscas judiciais anteriores e a renovação dos esquemas criminosos desvendados na Operação Recidiva indicam, por um lado, a possível ou eventual reiteração criminosa e, por outro, a necessidade de se adotar uma sistemática diferenciada de colheita de provas. A operação visa buscar provas para esclarecer as acusações.
(Informações da PF)
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