Blog do Marcial Lima - Voz e Vez: Polícia Federal investiga esquema de corrupção e lavagem de dinheiro no Espírito Santo

sábado, 19 de março de 2022

Polícia Federal investiga esquema de corrupção e lavagem de dinheiro no Espírito Santo


 A Polícia Federal iniciou, na última quinta-feira (17/3), a Operação Volátil II, dedicada a apurar crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, além da já verificada fraude licitatória.

Foram cumpridos mandados de busca e apreensão na Grande Vitória, uma ordem de afastamento cautelar da função pública de agente ocupante de cargo comissionado do governo do Estado e o sequestro de bens e valores na ordem de R$ 6 milhões, que incluem imóveis, veículos e valores apurados em contas bancárias em nome dos investigados.

A investigação apura a atuação de um grupo criminoso que, mediante o pagamento de propina ao agente público investigado, adquiriu 400 mil frascos de 500ml de álcool em gel pela Secretaria de Estado da Saúde, em contratação com indícios de fraude e superfaturamento, com o uso de verba federal destinada ao enfrentamento da pandemia de covid-19.

Na primeira fase, realizada em 7 de junho de 2021, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão em residências e empresas nos municípios de Vitória e Vila Velha e em Macaé (RJ) e São Fidelis (RJ), que culminaram na apreensão de farta documentação e equipamentos de mídia.

A partir da análise desse material, foi possível reunir importantes elementos informativos que demonstram não somente os indícios de irregularidades no procedimento de aquisição de álcool em gel, mas também o fluxo de valores recebidos por diversas pessoas em razão da contratação, inclusive por parte do ocupante do cargo comissionado do governo do Espírito Santo, mediante atos de corrupção com a contrapartida de quantia em dinheiro muito expressiva.

As investigações prosseguem com a análise dos itens apreendidos na operação visando identificar outros envolvidos no esquema de corrupção ora descortinado, bem como eventuais outros esquemas de corrupção estruturados pelo grupo investigado.

Entenda o caso

As investigações tiveram início com o recebimento de relatórios da CGU/ES e do TCE/ES, apontando irregularidades na aquisição de álcool em gel pela Sesa/ES, em processo de compra com dispensa de licitação que acomteceu nos meses de março e abril de 2020.

As auditorias realizadas pelos órgãos de controle e as investigações conduzidas pela PF indicaram que a empresa que forneceu o álcool para a Sesa/ES foi criada com a finalidade de participar do certame, sem qualquer histórico de atuação no fornecimento desse tipo de material. Há, ainda, indícios do uso de documento falso para comprovar a capacidade técnica de fornecimento do álcool em gel contratado, bem como indicativo de superfaturamento no valor do bem.

Durante as investigações, foi possível constatar que os empresários envolvidos movimentaram os recursos recebidos com a venda do álcool para o governo do Espírito Santo para outras empresas do grupo, parentes e empresas em nome de terceiros, em operações financeiras típicas da prática de lavagem de dinheiro.

Crimes investigados

Os investigados responderão pelo crime de Corrupção (Art. 317. e 333., do Código Penal), Fraude a Licitações (Art. 90., da Lei 8.666/93 – atual 337-F, do Código Penal) e Lavagem de Dinheiro (Art. 1º, da Lei nº 9.613/1998) com penas que, somadas, podem chegar a 30  anos de reclusão.  

(Informações da PF)


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