Blog do Marcial Lima - Voz e Vez: Nas periferias do Maranhão, povo Krenyê luta para retornar ao território tradicional

sábado, 17 de março de 2012

Nas periferias do Maranhão, povo Krenyê luta para retornar ao território tradicional

O povo Krenyê vivia nas proximidades da cidade maranhense de Bacabal, quando tiveram foram deslocados, na primeira metade do século XX, devido aos conflitos com criadores de gado provenientes do Ceará. Conforme lembra Chico Krenyê, 72 anos: “Nossos pais tiveram que deixar nossa terra, como nós éramos crianças tivemos que acompanhar”.

A data exata da partida perdeu-se no sofrimento dos anos que se seguiram, porém os indígenas mais velhos lembram que foi no “tempo do SPI (Serviço de Proteção ao Índio), quando Xerez comandava o órgão em São Luis”. Lembram que Xerez perguntou para onde eles queriam ir: se era para a Terra Indígena Governador, povo Gavião, ou Terra Indígena Krikati, do povo Krikati, ambas na região de Amarante do Maranhão. Ainda lhes foi oferecida a Terra Indígena Pindaré, povo Tenetehara/Guajajara, município de Bom Jardim.

Sem opção e com medo de serem extintos, foram obrigados a mudar para a Terra Indígena Pindaré, pois o SPI não apontou soluções para o problema. Lá casaram e viveram entre os Guajajara até a década de 1990, quando um grupo decidiu ir viver na Terra Indígena Governador, dos Gavião, na região de Amarante do Maranhão. Não ficaram muito tempo nesta terra e logo o grupo resolveu ir morar na Terra Indígena Rodeador, município de Barra do Corda. Fundaram uma aldeia com o mesmo nome da terra.

Por circunstâncias internas, deixaram a aldeia e foram morar no bairro Altamira ll (Piquizinho), na cidade de Barra do Corda. Viveram neste bairro até 2003, quando decidiram novamente voltar para a Terra Indígena Rodeador e lá fundaram a aldeia Pedra Branca. Idas e vindas incessantes, sem estar na terra de ocupação tradicional a qual foram expulsos pelo avanço da fronteira agropecuária.

As informações são do Conselho Indigenista Missionário.

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