Blog do Marcial Lima - Voz e Vez: Grupo Abril está em crise e pode acabar com revista Playboy

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Grupo Abril está em crise e pode acabar com revista Playboy



Com o passar de poucas décadas, observamos que o mercado da comunicação sempre foi instável. Pequenos projetos culminados em desistência, contratações frustradas, terceirização, arrendamentos... e também muitos conglomerados fortes, que desmoronam de maneira muito rápida.

Podemos até considerar um sucesso nesse segmento como um acidente de percurso.

Assim está acontecendo com o grupo Abril. Forte conjunto de empresas, que por conta de uma nova transição em sua gestão pela morte do seu referencial Roberto Civita, enfrenta agora uma contenção de gastos que beira ao astronômico. E também ao surpreendente.


No começo de Veja, como o próprio Roberto Civita disse em suas memórias, a publicação circulou por quase sete anos apenas dando prejuízos. Literalmente. Tanto no aspecto moral, quanto financeiro.

Os herdeiros de Roberto parecem não ter a mesma paciência em momentos de crise. Sendo o lucro do grupo no ano passado estimado em 2,8 bilhões de reais, os italianos almejam enxugar 100 milhões em dívidas. A saída seria a demissão em massa, culminando no fechamento de várias marcas, como a MTV Brasil e a revista Playboy.

Circula na imprensa especializada que a MTV Brasil se mantém no ar apenas por cumprimento de contrato com a Viacom, detentora dos direitos da marca Music Television. E que até dezembro, enquanto vigora o acordo, entrará no ar apenas reprises e produções que já foram finalizadas e esperam ir pro ar.

O que está efetivamente preocupando a dupla é outra decisão a ser tomada: a de fechar ou manter aberta a revista Playboy. A lista das revistas que serão “descontinuadas” pela Abril sai nesta segunda-feira 10.

Um dos emblemas da Abril, que publica a revista fundada por Hugh Heffner desde o final da década de 1970, a Playboy virou uma máquina de dar prejuízos. A circulação da mensal sofreu o maior tombo entre todas as fortes quedas verificadas na editora, com suas vendas reduzidas em 38, 52%, caindo de 221,7 mil exemplares para 136,3 mil exemplares vendidos no último mês.