Blog do Marcial Lima - Voz e Vez: Mulher desmente versão e nega que estivesse grávida

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Mulher desmente versão e nega que estivesse grávida

Superintendente de Polícia Civil da Capital,
Katherine Lima
A mulher de 25 anos, que afirmou à polícia ter sido sequestrada, espancada e estuprada por três homens, em um matagal no município de Raposa, na madrugada de segunda-feira (19), confessou, ontem, em depoimento, que mentiu sobre a gestação de seis meses. A informação foi dada pela delegada e superintendente de Polícia Civil da Capital (SPCC), Katherine Lima, que ouviu a suposta vítima e revelou que ela se recusa a fazer os exames periciais que podem comprovar a violência sexual, as agressões físicas e o aborto.

“Ela assumiu que forjou a gravidez porque o companheiro estava muito feliz com a ideia de ser pai, e que não queria decepcioná-lo. Alguns pontos do depoimento, porém, continuam obscuros para a polícia, principalmente pelo fato de a suposta vítima garantir ter sido espancada e estuprada, sem apresentar nenhuma lesão aparente no corpo e sem desejar se submeter aos exames de corpo de delito e de conjunção carnal, que são a prova material para pedirmos a prisão dos suspeitos que, estranhamente, ela também não quer descrevê-los”, revelou Katherine Lima.

O depoimento da mulher estava marcado para as 9h, mas, segundo a polícia, só após o meio-dia foi que ela concordou em falar formalmente com a delegada Ana Cláudia Melo. “No início, ela se mostrou muito resistente em falar sobre o caso e insistiu em não fazer os exames periciais, alegando ainda estar bastante abalada emocionalmente. A polícia, porém, já a alertou da importância de fazê-los o mais rápido possível”, acrescentou Katherine Lima, que durante toda a manhã ouviu a mãe, o pai e o companheiro da vítima.

Liberação - Nos depoimentos, vítima e familiares foram acompanhados da psicóloga Daniela Salomão, da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Ainda de acordo com a polícia, a mulher mudou o seu relato inicial. “Ela nega que tenha dito que um dos bandidos já aguardava no local com algodão, álcool e bisturi. Apesar de garantir que já fez um curso de defesa pessoal, não foi isso que a fez se livrar dos estupradores, ou seja, ela foi liberada, após ser violentada”, completou a delegada.

Quando registrou a denúncia na delegacia de Raposa, a mulher disse que foi cercada pelos três criminosos, por volta de meia-noite, quando dirigia seu carro com destino ao ponto de ônibus, na região do Itapeuá-Cumbique. Levada ao local do crime, a suposta vítima disse ter sido espancada e estuprada, e que conseguiu se livrar dos agressores aplicando técnicas de defesa pessoal. Ao correr em direção de casa, a mulher afirmou ter dado à luz um bebê, e que resolveu deixá-lo no caminho, ao perceber que ele não chorava mais.

“Na investigação, a polícia sempre parte da premissa de que a vítima está falando a verdade. Entretanto, é notório que o relato desta mulher deixa algumas incógnitas que precisam ser respondidas. Ela e a família apontaram os nomes dos três suspeitos, porém, enquanto não tivermos em mãos as provas materiais, como o exame de corpo de delito, de conjunção e o prontuário médico do hospital, não poderemos pedir as ordens de prisões”, adiantou a chefe da SPCC.

A superintendente de Polícia Civil da Capital (SPCC), Katherine Lima, informou que os exames periciais devem ficar prontos em no máximo 10 dias, a partir da data em que a vítima se dispuser a fazê-los. Caso esteja cometendo o crime de “comunicação falsa de delito”, também conhecido como “contravenção”, previsto no artigo 340 do Código Penal Brasileiro (CPB), a mulher pode pegar de 1 a 6 meses de prisão, cabendo multa.

Com texto de O Estado.