Blog do Marcial Lima - Voz e Vez: OGX desiste de 9 blocos arrematados na 11ª rodada; inclusive da Bacia do Parnaíba

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

OGX desiste de 9 blocos arrematados na 11ª rodada; inclusive da Bacia do Parnaíba

Ao considerar que o momento não é de correr riscos em novas áreas exploratórias, a petroleira OGX comunicou nesta terça-feira que desistiu da aquisição de nove blocos que arre-matou na 11ª rodada de leilões de áreas de petróleo.

Também informou que não vai realizar o pagamento e assinatura referente aos blocos BAR-M-213, BAR-M-251, BAR-M-389, CE-M-663, FZA-M-184, PN-T-113, PN-T-114, PN-T-153 e PN-T-168, que havia arrematado sozinha no leilão realizado em maio último.

A lista de devoluções inclui quatro blocos na Bacia do Parnaíba (Maranhão), com participações negociadas com a MPX em maio. Naquela ocasião, a petroleira acertou a venda de fatia de 50% para empresa de geração de energia nos blocos. A OGX informou que o acordo com a MPX era condicionado à assinatura do contrato de concessão e que, portanto, o negócio está desfeito.

A desistência implicará no pagamento de R$ 3,42 milhões às autoridades federais. “A diretoria executiva concluiu não ser recomendável, no momento atual, assumir risco explora-tório de novas áreas”, disse a empresa em fato relevante.

Com dificuldades de caixa e uma dívida crescente, a OGX teria que desembolsar mais de R$ 370 milhões em bônus com todos os blocos e participações que arrematou na última rodada. A empresa informou que vai manter os pagamentos e a assinatura dos contratos dos outros quatro blocos arrematados na 11ª rodada.

Os blocos POT-M-762 e CE-M-603 têm participação de 50% da ExxonMobil, e o CE-M-661 tem participação da Total e da Queiroz Galvão. O bloco POT-M-475, que foi arre-matado integralmente pela OGX em maio, também continua nos planos da empresa.

A petroleiras BP, Ouro Preto, Maersk e Petra poderão ficar com blocos que a OGX abriu mão, segundo levantamento da Reuters com base em informações da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP).

As empresas ficaram em segundo lugar na disputa pelas áreas que a OGX levou no leilão. Pelas regras da reguladora, elas têm a opção de adquirir os blocos, confirmou  a assessoria de imprensa da ANP.

A gigante BP poderá ficar com o bloco da Foz do Amazonas FZA-M-184, pelo qual ofereceu R$ 10,3 milhões. A brasileira Ouro Preto, do empresário Rodolfo Landim, tem as opções das áreas da Bacia de Barreirinhas, BAR-M-251 e BAR-M-389, pelas quais ofereceu R$ 1,58 milhão e R$ 7 milhões. A Maersk, que ofertou R$ 35,1 milhões pelo bloco CE-M-663, agora volta a ter chance de ficar com a área.

A brasileira Petra, que já possui vários blocos terrestres no país, poderá ficar com quatro blocos deixados pela OGX, todos na Bacia do Parnaíba. São eles: PNT-113, para o qual ofertou R$ 3,8 milhões; PNT-114 (R$ 5 milhões); PNT-153 (R$ 2,5 milhões) e PNT-168 (R$ 2,5 milhões). A OGX levou o bloco BAR-N-213 em um lance único, sem disputa com outras empresas.