Blog do Marcial Lima - Voz e Vez: Túmulos ficam abandonados e taxa cobrada por cemitérios é questionada

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Túmulos ficam abandonados e taxa cobrada por cemitérios é questionada

Túmulos quebrados, mato alto e lixo. Essa é a situação de alguns dos cemitérios públicos de São Luís a duas semanas do Dia de Finados (2 de novembro). O estado de abandono é motivo de reclamações para quem tem entes queridos sepultados. Eles alegam que a taxa de manutenção que é paga à Empreendimentos São Marcos LTDA, responsável pela conservação dos cemitérios, não está sendo bem aplicada.


São Luís tem nove cemitérios públicos - Gavião, Vila Embratel, Anjo da Guarda, Vila Maranhão, Santa Bárbara, São Cristóvão, Tibiri, Turu e Maiobão, que fica no município de Paço do Lumiar, região metropolitana da capital. A administração desses locais é terceirizada pela Prefeitura à Empreendimentos São Marcos LTDA, que cobra uma taxa mensal de R$ 68,00 aos proprietários e locatários das sepulturas, para fazer a campina, varrição, atendimento e sepultamento.

O valor cobrado é reajustado anualmente e tem causado reclamações. "A gente paga todo mês R$ 68,00. Chega ao cemitério e encontra os túmulos quebrados. Isso é um desrespeito, tanto com a memória do falecido, quanto com os parentes que pagam pela conservação do local e não têm retorno. Até assaltos acontecem aqui", afirmou Roberto Martins, cuja mãe está sepultada no Cemitério do Gavião, no centro de São Luís.

Maria Helena Damous Estrela, administradora da Empreendimentos São Marcos LTDA, afirmou que a conservação dos túmulos é responsabilidade da família do sepultado. "Este ano já estamos começando a fazer o oitavo serviço de capina nos cemitérios e em seguida faremos a varrição. Quanto aos túmulos quebrados, isso acontece porque o proprietário ou locatário não conserva. Só no Gavião, 40% das 17 mil sepulturas estão abandonadas", disse.

Precário - Em meio a essa polêmica, alguns cemitérios estão em estado precário. No Gavião, diversos jazigos estão com a estrutura desgastada pela ação do tempo. Muitos deles estão com os tijolos expostos ou quebrados e há até túmulos antigos abertos, servindo como depósito de lixo. "Já aconteceram assaltos aqui. A qualquer hora do dia, os ladrões roubam grades e adornos dos túmulos. Os túmulos foram construídos muito próximos, o que torna ainda pior o aspecto", comentou Roberto Martins.

A sujeira e a insegurança estão presentes, principalmente em cemitérios da periferia. No da Vila Embratel, não fossem as cruzes, seria difícil identificar o que é mato e o que é túmulo, visto que todos estão cobertos pela vegetação. "A Prefeitura só faz a limpeza uma vez por ano, quando está perto do Dia de Finados. Se a gente não limpa, não entra para fazer visita. Além disso, durante a noite, muita gente usa o cemitério como esconderijo", disse Adelaide da Silva.

*Com texto de O Estado do Maranhão