O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, qualificou as prisões brasileiras como um "inferno". Em Londres, o ministro falou sobre a crise do sistema penitenciário, além do seu possível futuro político. "Nunca fiz militância política", disse ele, ao refutar a possibilidade concorrer à Presidência da República.
- Ano passado fiz visita a presídios como presidente do CNJ. O que posso dizer é que 'horror' é a palavra mais adequada para qualificar as prisões brasileiras. Por que a situação é tão absurda? A questão é política.
O ministro visitou, em abril do ano passado, o Foro das Comarcas de Natal, no Rio Grande do Norte. Na ocasião,
O presidente do STF também ressaltou que os casos de descaso não ocorrem apenas no Maranhão:
- Prisões são de responsabilidade dos estados. O governo federal tem um papel pequeno. Os políticos não ligam para isso porque não dá voto. (O problema) é em todo o Brasil, não apenas no Maranhão. As prisões brasileiras são como o inferno. Estamos avisando os governos sobre a natureza explosiva das prisões - disse ele, após dar uma palestra de duas horas para 250 estudantes da universidade “King’s College London”.
Barbosa, no ano passado, havia aventado a hipótese de concorrer à Presidência em uma palestra dada em um congresso internacional de jornalismo investigativo, no Rio de Janeiro. Nesta quarta-feira, o discurso mudou:
- Nunca fui político, nem filiado a partido político, nem mesmo quando estava na faculdade. Não fiz militância política. Não, não quero (concorrer à Presidência).
Sobre os planos para o futuro, Joaquim Barbosa disse estar ansioso para ser "um homem livre de novo".
- E voltar a ter vida privada e menos exposição.
Barbosa também afirmou não se importar com quem não aprecia o trabalho que faz.
- Não ligo para quem não gosta do meu trabalho, seja ele, ela, liberal ou conservador. Eu faço o que eu acho que é certo. Sou muito cuidadoso. Tenho décadas de experiência na academia, nos tribunais. Esse é o meu guia para fazer o que tem que ser feito. Se liberais ou conservadores gostam, ok. Se não gostam, não me importa.
Com texto de O Globo.
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