Blog do Marcial Lima - Voz e Vez: Juiz converte prisão preventiva de Márcio Patrão em domiciliar

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Juiz converte prisão preventiva de Márcio Patrão em domiciliar

Márcio "Patrão"
O preso Márcio de Jesus Mendes, o Márcio Patrão, de 34 anos, que estava internado e se recuperava dos tiros recebidos durante uma operação da Polícia Civil, realizada na noite do dia 23, no Bairro de Fátima, teve sua prisão preventiva convertida em domiciliar. Segundo a polícia judiciária, ele é apontado como principal fornecedor de armas, e um dos líderes da facção criminosa intitulada Primeiro Comando do Maranhão (PCM).

No fim da tarde de quarta-feira (29), o juiz da Vara de Execuções Penais, Fernando Mendonça, chegou a noticiar em seu perfil particular no site Facebook, que Márcio Patrão havia fugido do Hospital Municipal Dr. Clementino Moura (Socorrão II), no bairro Cidade Operária, naquela tarde, "com suporte do advogado". A informação do magistrado, que circulou com destaque em muitos sites de notícia e blogs, porém, foi retificada pela própria Justiça.

"Converto a prisão preventiva do flagranteado Márcio de Jesus Mendes em prisão domiciliar", decidiu o juiz Gilberto de Moura Lima, titular da 2ª Unidade Jurisdicional do Tribunal do Júri, que, no entanto, não explicou na decisão o que motivou a mudança no tipo de reclusão, apenas indeferiu o pedido da defesa do preso que desejava a sua transferência para outro hospital, observando que tal necessidade não havia sido legitimada por meio de documentos.

Abordagem - Márcio Patrão foi alvejado no abdômen, pescoço e braço esquerdo, quando, segundo a Polícia Civil, reagiu à prisão anunciada por uma equipe de policiais da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), durante uma abordagem na Rua do Peixe, no Bairro de Fátima. No revide, os investigadores alvejaram também a mulher do suspeito, Liliane Silva Villas Boas, de 26 anos, que morreu logo depois, grávida de cinco meses.

A companheira do suspeito, ainda segundo a polícia, estava dentro do veículo modelo Toyota Hilux de cor preta, de propriedade de Márcio Patrão, mas não foi vista porque os vidros da caminhonete estavam com um fumê muito escuro. Dentro do carro estava ainda o filho do suspeito, um adolescente de 14 anos, ferido de raspão no braço esquerdo, e um amigo, o pedreiro Ernildo Soares da Silva, de 24 anos, baleado no ombro.

No velório da vítima, O Estado conversou com amigos e familiares, que contestaram a versão da polícia judiciária e afirmaram que os policiais foram para matar. O caso já foi protocolado na secretaria da 2ª Vara do Tribunal do Júri, para análise da Justiça. Márcio Patrão foi autuado por tentativa de homicídio qualificado e porte ilegal de arma de uso restrito, pois, segundo a polícia, foi apreendida com ele uma pistola calibre ponto 40.

Em depoimento prestado ontem à tarde na Superintendência de Polícia Civil da Capital (SPCC), Márcio Patrão disse ser inocente, que a operação da polícia foi desastrosa e que vai procurar seus direitos na Justiça.

Na postagem da suposta fuga de Márcio Patrão, o juiz Fernando Mendonça declarou que o problema enfrentado pelo sistema de segurança pública maranhense, decorrente da atuação das organizações criminosas, é muito maior do que se imagina. "A maioria, que pouco sabe, fala em facções. Outros tantos, que sabem um pouco mais, falam em crime organizado. Uma minoria, que sabe mais além, fala em máfia aos moldes italianos. Estamos vendo somente a ponta de um iceberg, num contexto nacional", declarou Mendonça.

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