As investigações das operações, que foram realizadas nessa quinta-feira, começaram no município de Capixaba, a partir de informações de desvio de recursos públicos na prefeitura. A fase inicial da Operação Ícaro, que aconteceu no mês de agosto, afastou o prefeito de Capixaba e outros servidores públicos da administração municipal. Com a evolução das investigações, percebeu-se que algumas empresas também operavam no município vizinho, em Senador Guiomard, e que poderia haver ligação em operações irregulares entre as prefeituras.
O esquema de governança municipal investigado baseava-se na compra de favores e apoio político, com empresários regionais, funcionários públicos, advogados e vereadores de Senador Guiomard e região. Verificou-se, ainda, que licitações estavam sendo fraudadas, mediante o direcionamento das contratações e superfaturamento de, aproximadamente, R$ 5 milhões. Visando recuperar as verbas desviadas, foram solicitadas medidas judiciais para sequestro e bloqueio de bens e valores de, aproximadamente, R$ 1,2 milhão.
Há indícios da existência de um mensalinho no valor de R$ 3 mil para os seis vereadores da base aliada da atual administração municipal, cujo objetivo era a compra de apoio político na Câmara do município. Também foi constatado o enriquecimento ilícito de funcionários do alto escalão, em face da existência de bens e transações em nome de laranjas.
Na segunda fase da Operação Ícaro, comprovou-se o pagamento de propinas ao prefeito afastado, inclusive uma lancha que lhe foi presenteada por um dos empresários investigados. Os vereadores investigados de Capixaba também foram beneficiados com o pagamento de despesas médicas para seus parentes em troca de apoio político.
(Informações da PF)
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